domingo, 22 de novembro de 2015

Eu ouvi a voz de Deus


Deixe-me contar-lhes sobre uma maravilhosa experiência que vivenciei segunda-feira, dia 19 de março de 2007, um pouco depois das 6 horas da manhã. Deus realmente falou comigo. Não tenho dúvidas de que tenha sido Deus. Eu ouvi suas palavras em minha mente tão claro quanto quando uma conversa passa pela memória. As palavras eram em inglês, mas elas continham em si uma áurea própria de autenticidade. Eu sei, sem sobra de dúvidas, que, ainda hoje, Deus continua a falar.

Por alguma razão, eu não pude dormir. Eu estava no Shalom House, ao norte de Minnesota, para um retiro de casais. Mais ou menos cinco e meia da manhã, eu me deitei pensando se deveria me levantar ou esperar até que conseguisse dormir novamente. Em sua misericórdia, Deus me tirou da cama. Ainda estava escuro, mas eu consegui encontrar minha roupa, me vestir, pegar minha pasta e deixar o quarto sem acordar Noël. Abaixo, o salão principal estava totalmente quieto. Parecia que ninguém mais estava de pé. Então eu me sentei em um sofá, que ficava em um canto, para orar.

Foi enquanto eu orava e meditava, que isso aconteceu. Deus disse: “Venha ver o que eu fiz”. Não havia a menor dúvida em minha mente de que essas foram as próprias palavras de Deus. Nesse momento particular, nesse tempo específico no século XXI, 2007, Deus estava falando comigo com absoluta autoridade e autêntica realidade. Eu parei para absorver o que estava acontecendo. Havia doçura nisso. O tempo parecia ter pouca importância. Deus estava próximo. Ele me tinha em sua visão. Ele tinha algo para me dizer. Quando Deus se aproxima, a pressa cessa e o tempo passa devagar.

Eu estava pensando no que ele queria dizer por “venha ver.” Me levaria ele para algum outro lugar, como fez com Paulo ao levá-lo ao céu para ver o que não poderia ser dito? “Ver” significa que eu teria uma visão de algum grande feito de Deus que ninguém mais tivesse visto? Eu não estou certo de quanto tempo se passou entre as primeiras palavras de Deus, “Venha ver o que eu fiz”, e suas próximas palavras. Isso não importa, eu estava envolvido no amor desta interação pessoal. O Deus do universo estava falando comigo.

Então, tão claro quanto qualquer outra palavra que já tenha vindo em minha mente, ele me disse: “Eu sou tremendo em meus feitos em favor dos filhos dos homens”. Meu coração saltou. “Sim, Senhor! Tu és tremendo em seus feitos. Sim, para todos os homens, vejam eles ou não. Sim! O que me mostrarás agora?”

As palavras vieram novamente. Tão claras quanto antes, mas cada vez mais específicas: “Eu tornei o mar em terra seca; eles atravessaram o rio a pé. Então eles se regozijaram em mim — eu que os governo para sempre por meu poder”. De repente eu percebi que Deus estava me levando a muitos anos atrás, até o momento em que ele secou o Mar Vermelho e o rio Jordão. Eu estava sendo levado por suas palavras de volta à história desses grandes feitos. Isso é o que ele queria dizer por “venha ver”. Ele estava me transportando de volta, através das suas palavras, para aqueles dois gloriosos feitos perante os filhos dos homens. Esses foram os “tremendos feitos” ao qual ele se referiu. O próprio Deus estava narrando os feitos poderosos de Deus. Ele estava fazendo isso para mim. Ele estava fazendo isso com palavras que ressoavam em minha mente.

Uma maravilhosa reverência tomou conta de mim. Havia uma paz tangível no local. Esse foi um momento santo e um canto santo do mundo no norte de Minnesota. O Deus Todo Poderoso veio até ali e deu-me quietude, oportunidade e disposição para ouvir sua própria voz. Enquanto eu me maravilhava em seu poder de secar o mar e o rio, ele falou novamente: “Eu continuo vigiando as nações — não se exaltem os rebeldes”.

Isso foi de tirar o fôlego. Era muito sério, quase como uma repreensão. Ao menos um aviso. Ele pode muito bem ter me tomado pela gola, me tirado do chão com uma mão, e dito com uma incomparável mistura de ira e amor: “Nunca, nunca, nunca se exalte. Nunca se rebele contra mim.”

Me sentei olhando para o nada. Minha mente estava tomada pela Glória de Deus. “Eu continuo vigiando as nações”. Ele disse isso para mim. Não é apenas que ele tenha dito isso. Sim, isso é glorioso. Mas ele disso isso para mim. As próprias palavras de Deus na minha cabeça. Elas estavam na minha cabeça assim como as palavras que estou escrevendo nesse momento estão em minha cabeça. Elas foram ouvidas tão claramente quanto como nesse momento, quando me lembro de minha esposa dizendo: “Venha jantar assim que você estiver pronto”, posso ouvir suas palavras. Eu sei que estas são as palavras da minha esposa. E eu sei que aquelas são as palavras de Deus.

Pense nisso. Se admire com isso. Sinta temor por isso. O Deus que persiste em vigiar as nações, assim como algumas pessoas vigiam castelos ou o mercado de ações ou canteiros de obra — esse Deus contínua a falar no século 21. Eu ouvi suas próprias palavras. Ele falou pessoalmente comigo.

Qual efeito isso exerceu sobre mim? Eu fui preenchido de uma fresca compreensão da realidade de Deus. Isso me assegurou mais profundamente que ele age na história e no nosso tempo. Isso fortaleceu minha fé de que ele é por mim e cuida de mim e vai usar o seu enorme poder para zelar por mim. Por que mais ele viria até mim e diria essas coisas?

Isso aumentou o meu amor pela Bíblia como palavra de Deus, porque foi através da Bíblia que eu ouvi essas palavras divinas, e através da Bíblia eu experimento isso quase todos os dias. O próprio Deus do universo falando em cada página dentro de minha mente — e de sua mente. Nós ouvimos suas próprias palavras. Deus multiplicou seus maravilhosos feitos e pensamentos a cerca de nós; nada pode ser comparado a ele! Eu vou proclamá-los e anunciá-los, mesmo que eles sejam mais do que possa ser contado (Salmos 40:5).

E o melhor de tudo, elas estão disponíveis para todos. Se você gostaria de ouvir essas mesmas palavras que eu ouvi no sofá ao norte de Minnesota, leia Salmos 66:5-7. Este é o local de onde eu as ouvi. Oh quão preciosa é a Bíblia. Ela é a própria palavra de Deus. Nela Deus fala no século 21. Essa é a própria voz de Deus. Por esta voz, ele fala com absoluta verdade e força pessoal. Por esta voz, ele revela a excelência de sua beleza. Por esta voz, ele revela os segredos profundos dos nossos corações. Nenhuma voz em lugar algum pode penetrar tão fundo, subir tão alto ou galgar tão grandes distâncias como a voz de Deus que ouvimos na Bíblia.

É uma grande maravilha que Deus, ainda hoje, fale através da Bíblia com maior força, maior glória, maior segurança, maior doçura, maior esperança, maior orientação, maior poder transformador e maior verdade que exalte a Cristo do que qualquer voz, em qualquer alma humana no planeta, que esteja fora Bíblia.

Esse é o motivo de eu ter achado o artigo “My Conversation with God” (Minha conversa com Deus), da edição desse mês da Christianity Today, tão infeliz. Escrito por um professor anônimo de uma “muito conhecida universidade cristã”, ele conta a cerca de uma experiência em que ouviu a Deus. O que Deus lhe disse foi que ele deveria doar todo o seu lucro com um novo livro, para as despesas de um aluno carente. O que me deixou triste nesse artigo não foi que ele não seja verdadeiro ou que isso não tenha acontecido. O que é triste é que ele passa a impressão de que uma comunicação extra bíblica com Deus seja algo inigualavelmente maravilhoso e dependente da fé, enquanto a suprema e gloriosa comunicação do Deus vivo que pessoalmente, poderosamente, e transformadoramente explode todos os dias em corações receptivos, através da Bíblia, é deixada de lado em silêncio.

Estou certo de que esse professor de teologia não queria dizer isso dessa forma, mas o que ele realmente disse foi: “Por anos eu ensinei que Deus continua a falar, mas eu não pude testemunhar isso pessoalmente. Eu só o posso fazer agora anonimamente, por motivos que eu acredito serem óbvios” (ênfase adicionada). Certamente ele não quis dizer o que isso parece implicar — que apenas quando se ouve uma voz extra-bíblica dizendo: “o dinheiro não é seu”, é que se pode testemunhar pessoalmente que Deus continua a falar. Certamente ele não quis desmerecer a voz de Deus, através da Bíblia, que fala todos os dias com verdade, sabedoria, glória, alegria, esperança, maravilha e ajuda dez mil vezes mais poderosamente do que qualquer outra coisa que podemos ouvir de fora da Bíblia.

Eu lamento pelo que está sendo dito aqui. Em nosso tempo, há uma grande necessidade de pessoas que tenham experimentado a realidade da existência de Deus ouvindo sua pessoal e transformadora palavra nas Escrituras. Alguma coisa está terrivelmente errada quando as palavras que ouvimos fora das Escrituras são mais poderosas e nos comovem mais do que a palavra inspirada de Deus. Deixe-nos clamar com o salmista: “Incline meu coração para a tua palavra” (Salmos 119:36). “Abra meus olhos para que eu veja as maravilhas de tua lei” (Salmos 119:18). Permita que os olhos dos nossos corações sejam iluminados para conhecer nossa esperança, nossa herança e o amor de Cristo que ultrapassa conhecimento e sermos preenchidos com toda a plenitude de Deus (Efésios 1:18; 3:19). Oh Deus, não nos deixe permanecer tão surdos para a tua palavra e não sermos comovidos pela inefável evidência de que temos tratado pequenas coisas como se fossem as mais emocionantes das coisas, e ainda consideremos esse engano como merecedor de ser impresso em uma revista nacional.
Ainda ouvindo Sua voz na Bíblia,

Pastor John


Por: John Piper. © 2007 Desiring God. Original: A manhã em Que Ouvi a Voz de Deus.

Um comentário:

  1. Deus é real, fala e sempre vai falar conosco. Ele tmb já falou comigo com uma voz nítida aos meus ouvidos, no momento de dor em que eu mais precisava dele.http://nalpontes3.blogspot.com.br/2013/01/um-pouco-de-mim_9.html
    Ele é o mesmo ontem, hoje e será o mesmo para sempre. Deus abençoe seu ministério aqui. Um abraço na paz do Senhor Jesus

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