Quebrantar-se e prosseguir... tomar a cruz e
te seguir.
Andar atrás e seguindo os teus passos, com o
intuito de tomar a poeira que os teus pés deixam impregnadas em minhas próprias
vestes, como foi no começo...
E apesar de tudo isso, Tu continuas sendo meu
e eu continuo sendo tua!
Ouvir o som que vem do silêncio de Te
pertencer em paz... Sentir o toque do que é eterno ainda nessa vida passageira,
sem se quer merecer o tato.
E apesar das minhas falhas, limites e lamentações,
Tu humildemente levanta a minha cabeça para que eu Te olhe e percebas, que Tu
me conheces e apesar de quem eu ainda sou, Tu me amas verdadeiramente.
Não há nada que eu faça, que possa apagar
esse amor, capaz de destruir essa ponte, e onde quer eu me esconda Tu abres a
porta, tu entras... ou tu já estás lá?
O que acontece com todo o meu ser, corpo e
vida, me arrastam pra Ti... E eu sinceramente, não mereço Teu amor e tamanha
pureza.
Me destes um anel, firmaste uma aliança comigo,
trocastes as minhas vestes, puseste-me em teus ombros quando eu ainda estava
suja, ferida e abandonada... E desde então, Tens sido meu sustento, Tu és, o
que ninguém pode ser! Tu ocupas o lugar que ninguém pode exercer...
Tu tens sido meus dias de paz, quando estou
perdida no tempo, no espaço e no descompasso desse coração as vezes acelerado,
outras, lento em seus próprios sentimentos.
Tu nunca vais, Tu nunca abandonas o órfão, a
viúva e os indesejados... Ninguém que Te segue, e que Te serve se arrepende do caminho
tomado, porque Tu controlas todas as estações e estás bem presente em cada uma
delas e quando o medo vem.
Tens um compasso, eu sou letra em tuas mãos, és
melodia, ritmo e harmonia e na minha canção nada me falta, se Tu estás a
procurar-me e atrair-me como nenhum outro, porque Tu és Deus e eu obra de Tuas
perfeitas mãos.
Ainda que o sol se ponha um pouco mais lento
do lado de cá, enquanto outros correm do lado de lá na iminência do fim do dia
chegar, Tu estendes as mãos, toma-me em Teus braços e aquieta o que eu sou.
Tu me marcaste em teu corpo, de maneira que
jamais serei apagada... És meu, sou tua, e prossigo em conhecer-te mesmo em
meio há tudo aquilo que ainda não compreendo por inteiro.
Tens a minha vida em Tuas mãos, e como um bom
e amável oleiro, trabalhas no desfazer e refazer dessa que impulsionada pelo
teu doce amor, busca diligentemente se submeter ao que queres fazer...
“A palavra do SENHOR, que veio a
Jeremias, dizendo: Levanta-te, e desce
à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo
a sua obra sobre as rodas, Como o vaso,
que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro
vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer. Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó
casa de Israel? diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim
sois vós na minha mão, ó casa de Israel.”
Jeremias 18:1-6
Sola Gratia!