Verão chegando, muito sol, muitos turistas na minha cidade, muitas praias e muita vontade de relaxar de frente para o mar. No penúltimo fim de semana nadei muito, descansei muito e peguei muito sol. Enquanto nadava e olhava a imensidão e calmaria do mar, agradeci muito a Deus pelo mar, pelo sol e por ele ter me resgatado, ter mudado a minha trajetória e estar a cada dia cuidando de mim e dos meus.
Entre um mergulho e outro me lembrei de uma canção de David Quinlan que diz: “Existem águas que dão nos artelhos, existem águas que dão nos joelhos, existem águas que dão nos lombos; mas tem águas mais profundas eu sei!” E rapidamente pedi ao Senhor mais dele em mim e menos de mim em mim mesma.
A nossa trajetória com Cristo muitas vezes é como encarar o mar. À medida que eu nado (e essa é uma das atividades que eu mais gosto), mais eu quero nadar, e cada vez que eu vou aonde não do pé, a sensação de temor às vezes vem, mas a sensação de liberdade que encontro nas águas supera qualquer insegurança. Quando estou me bronzeando na areia, é tão quente e tão seguro, quando encosto meus pés na areia molhada vem uma sensação de frio, e quando a onda vem e bate nos calcanhares é a hora que eu paro e penso em acelerar o passo ou voltar para a areia. Quando as águas chegam aos joelhos e até a cintura eu mando uma mensagem para o meu cérebro: mergulha corpo ou se abaixa na água... Em qualquer das escolhas eu sinto frio, entretanto, é quando me movimento na água que o meu corpo encontra a temperatura ideal para nadar, relaxar e desfrutar o mar.
Enquanto conversava com uma amiga, falávamos da caminhada e do propósito de servir a Jesus, e como muitas vezes nós preferimos provar de Deus apenas o que ele tem para oferecer nos louvores, nas orações esporádicas nas igrejas, nas experiências que a igreja como corpo de Cristo nos propicia e que depois que o culto termina, quando encaramos a realidade do nosso dia a dia, permitimos que a presença do Espírito Santo de Deus se ausente. Permitimos sim! Somos nós que determinamos o quanto de Cristo teremos em nossas vidas, através de nossas escolhas, posicionamento e decisões.
A palavra de Deus nos diz que são através dos nossos frutos que seremos reconhecidos como filhos de Deus. E como somos infrutíferos muitas vezes... Como deixamos Deus de lado e determinamos e exigimos o momento em que ele tem que agir a nosso favor.
Você já parou para pensar o quanto de Deus existe para a sua vida e o quanto você o limita a se manifestar através da sua vida, baseado nas escolhas que você faz sem orar, sem pedir direção, ou simplesmente porque você julga que a sua vontade é melhor que a dele? Todas as vezes que optamos por fazer a nossa vontade e negamos a vontade de Cristo, é como se disséssemos: Deus nessa área eu não confio que você pode me ajudar; Deus sinto muito mais você não entende essa situação, deixa que eu resolva. É como se declarássemos que ele não é sábio o suficiente para saber o que é melhor para nós. Como se disséssemos a ele que ele é incompetente e que nós sabemos o melhor caminho.
Talvez seja por isso que existem muitas pessoas que se intitulam cristãs, mas que gostam mesmo é das águas nos tornozelos. Eu já provei dessas águas, essas águas são aparentemente boas para aqueles que como eu na época, não querem molhar o corpo todo. Porque mergulhar nessas águas exigia de mim negação, abrir mão das minhas vontades e desejos, e pior que isso, ser tratada como diferente, porque eu tentava com minhas próprias forças, trilhar um caminho contrário aos caminhos do mundo, aos caminhos que eu já estava acostumada a trilhar. E mudar o itinerário trazia sensação de desconforto, uma vez que eu já sabia onde meus caminhos iriam dar, e da minha zona de conforto a vida estava aparentemente boa, para ter que mudar e abrir mão de tudo, sem ter certeza de onde esse caminho iria me levar.
Quando as águas chegaram aos meus joelhos, eu já sabia que existia algo sobrenatural de Deus nos louvores, nas orações... Eu tinha uma lista de pedidos que eu queria, tais como prosperidade, prosperidade e prosperidade. Tudo girava em torno disso, porque cada pedido me fazia ver que eu precisava de dinheiro e que Deus abençoa aqueles que servem a ele, então eu queria mais, afinal de contas eu estava freqüentando uma igreja, orando, louvando e nada mais justo do que receber uma gratificação por isso, e ela tinha de ser em espécie! Assim chegava eu ao altar, como se tivesse em um supermercado fazendo compras com minha lista imatura e desprezível. Até que um dia a minha lista mudou...
Foi quando as águas ultrapassaram minha cintura. Foi quando resolvi mudar minha lista, e comecei a orar e pedir a Jesus para reinar em mim, pedindo a ele que o seu Espírito Santo reinasse em mim mais que a minha própria natureza pecaminosa. Foi quando comecei pedir o espiritual, conhecer mais dele, provar de seu sobrenatural, de seu amor, de seus dons espirituais, dos frutos do Espírito e cada vez menos de necessidades materiais. Então comecei a receber mimos do Espírito Santo que me fizeram desejar as águas onde só podemos nadar e mergulhar.
As águas profundas são o estágio de relacionamento com o Pai, o filho e o Espírito Santo. É o estágio em que Paulo disse “Tenho por perda todas as coisas pela excelência no conhecimento de Cristo Jesus...” Filipenses 3:8. É o estágio em que Jó disse “Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos...” Jó 42:5. Foi quando Davi disse em Salmos 51:11: “Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu santo Espírito.” Porque Davi sabia que apesar de tudo o que havia conquistado, nada era mais importante que a presença de Deus. Como Salomão filho de Davi disse em sua oração “O SENHOR nosso Deus seja conosco, como foi com nossos pais; não nos desampare, e não nos deixe.” I Reis 8:57 Como Abraão ao confiar em Deus e ter decidido sacrificar Isaque seu único filho “E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos...” Gênesis 22:8
As águas profundas são um convite que Deus faz a você. Ele te convida a ir além das águas que dão nos tornozelos, nos joelhos e na cintura. Para você chegar até essas águas profundas, você deve abandonar a segurança da areia e do calor do sol; você deve abandonar a segurança de sentir as águas no corpo todo e os pés tocando o chão do mar. Você precisa negar a si mesmo e seguir a Jesus. Está difícil de mergulhar? Que tal começar pedindo que Jesus faça nascer em seu coração o desejo de ser como ele. Que tal começar lendo a bibliografia de Jesus, você irá encontrar mais dele nos 4 evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Se parecer difícil o que esses livros dizem, ore, peça a Deus que abra os seus olhos espirituais e te de entendimento e conhecimento.
Comecei lendo a Bíblia dessa forma, orando e pedindo a Deus que me desse entendimento de sua palavra. E foi mergulhando nessa palavra que acabei desenvolvendo o desejo de ser como ele, de amá-lo acima de todas as coisas e de querer nascer de novo. Mergulhando no conhecimento e na busca pelas águas profundas...
Aida Priscíla ( :