Esboço
da palavra ministrada em 29/09/2013 na Igreja Batista do Campeche Florianópolis
SC
“Então, prenderam a Jesus, o
levaram e o fizeram entrar na casa do sumo sacerdote. Pedro, entretanto, os
seguia à distância. Mas, quando acenderam um fogo no meio do pátio e se
sentaram ao redor dele, Pedro assentou-se com eles. Uma criada o viu sentado
ali à luz do fogo e olhando fixamente em seu rosto o acusou: “Este homem também
estava com Ele!” Contudo, Pedro negou, assegurando-lhe: “Mulher, não o conheço!”
Pouco depois, um homem também o viu e afirmou: “Tu também és um deles!” Mas
Pedro o contradisse: “Homem, eu não sou!” Então, havendo passado cerca de uma
hora, outro homem o identificou: “Com toda a certeza, também este homem, estava
com ele, porquanto também é galileu!” Ao que Pedro exclamou: “Homem, não sei do
que estás falando!” E falava ele ainda, quando o galo cantou. E aconteceu que o
Senhor encontrou-se com Pedro e o olhou diretamente nos olhos. Então Pedro se
lembrou da palavra que o Senhor lhe havia predito: “Antes que o galo cante
hoje, tu me negarás três vezes”. Então Pedro, retirando-se dali, chorou
amargamente.” Lucas 22: 54:62
Algumas horas antes de Jesus ter sido preso
para ser julgado e então crucificado, em um ato aparentemente heroico de
defender quem se ama, Pedro ao ver o servo do sumo sacerdote e os demais soldados
que foram prender a Jesus, tira a sua espada e feriu o servo do sumo sacerdote.
“Nesse momento, Simão Pedro, que portava
uma espada, puxou-a da bainha e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe
a orelha direita. E o nome daquele servo era Malco.” João 18:10
Não
me parece muito coerente, que esse mesmo homem chamado Pedro, horas depois de
ter tentado defender Jesus de ser preso, o tenha negado três vezes diante aqueles
que o acusavam de fazer parte do grupo de seguidores de Jesus.
Espanta-me
também ao analisar outros textos bíblicos, onde Pedro foi capaz de não só prometer
que morreria por Jesus se preciso fosse (isso horas antes de Jesus ser preso),
como também dizer que não seria capaz de negar o seu mestre, como está escrito
em Mateus 26: 34-35: “Replicou-lhe Jesus:
“Com certeza te asseguro que, ainda nesta noite, antes mesmo que o galo cante,
três vezes tu me negarás”. Então Pedro lhe declarou: “Mesmo que seja necessário
que eu morra junto a ti, de modo algum te negarei!”E todos os discípulos
fizeram a mesma afirmação.”
Esse mesmo Pedro em suas declarações revela
um Amor e lealdade a Jesus que nos faz pensar que posto à prova, ele cumpriria
tudo aquilo que dizia. Em outro versículo bíblico, enquanto Jesus perguntava
aos seus discípulos o que Ele significava para eles, Deus revela a Pedro quem
era Jesus, então ele responde ao mestre, de acordo com aquilo que lhe foi
revelado por Deus. “Então Jesus
interpelou: “Mas vós, quem dizeis que Eu sou?”
E, Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Ao que
Jesus lhe afirmou: “Abençoado és tu, Simão, filho de Jonas! Pois isso não foi
revelado a ti por carne ou sangue, mas pelo meu Pai que está nos céus.” Mateus
16:15-17
Jesus ensinou, amou, operou milagres, ensinou
seus discípulos, demonstrou e advertiu os mesmos sobre muitas coisas que
estavam por vir, e isso gerou fé dentro deles. Pedro andou sobre as águas, um
privilégio, visto que em todo relato bíblico apenas Jesus foi capaz de realizar
tal milagre. “Ao que Pedro exclamou:
“Senhor! Se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas”. Então Jesus
lhe responde: “Vem!” E Pedro, deixando o barco, andou por sobre as águas e foi
na direção de Jesus.” Mateus 14: 28-29
Eles abandonaram a vida que levavam e se
propuseram a cumprir o chamado de Jesus Cristo para a vida deles. Seguir o
discurso de Jesus Cristo de que devemos abandonar a nossa vida a fim de
ganharmos a vida eterna, custa tudo o que um homem julga ter: a própria vida.
“Aquele que ama a sua vida,
a perderá; entretanto, aquele que odeia sua vida neste mundo, a preservará para
a vida eterna. Se
alguém me serve, precisa seguir-me; e onde estou, o meu servo também estará.
Aquele que me serve será honrado por meu Pai.” João 12: 25- 26
Compreender e viver o que Jesus disse em João 12: 25- 26 é um desafio para muitos
cristãos, mesmo diante da promessa de Jesus de que Ele estaria sempre conosco e
de que Deus Pai honra quem aceita esse desafio de segui-lo. Esse discurso de
Jesus fez com que muitos discípulos desistissem de segui-lo. A bíblia nos
relata que diante das palavras de Jesus, ao explicar aos discípulos o que lhes
custaria segui-lo, muitos dos seus discípulos recuaram e não quiseram mais
andar com Ele. “Daquele momento em
diante, muitos dos seus discípulos recuaram e não mais andaram com Ele.” João
6:66
Próximo a sua morte, Jesus alertou os seus
discípulos sobre sua ressurreição e disse aos mesmos que iria encontrar com
eles no mar da Galiléia, como está escrito em Mateus 26:32 “Todavia, depois de ressuscitar, seguirei adiante de vós
rumo à Galiléia.” Nos relata a bíblia que os discípulos foram para a
Galiléia a fim de encontrar com Jesus. E enquanto os discípulos pescavam,
avistaram Jesus na praia com uma fogueira, peixe sobre a brasa e pão; e Jesus
os serviu e os alimentou.
“Assim, após tomarem o
desjejum, Jesus questionou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas
mais do que estes outros?” Respondeu ele: “Sim, Senhor, Tu sabes que te amo.”
Jesus o encarregou: “Cuida dos meus cordeiros.” Outra vez Jesus lhe perguntou:
“Simão, filho de João, tu me amas?” Ele afirmou: “Sim, Senhor, Tu sabes que Te
amo.” Jesus lhe confiou: “Pastoreia as minhas ovelhas.” Pela terceira vez Jesus
perguntou: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou angustiado por Jesus
haver-lhe perguntado pela terceira vez “tu me amas”, e assegurou-lhe: “Senhor,
Tu conheces todas as coisas e sabes que eu Te amo!” Comissionou-o Jesus:
“Apascenta as minhas ovelhas.” João 21:15-17
No original escrito em grego, Jesus ao perguntar
pela primeira vez a Pedro se ele o amava mais do que estes outros, ele usa a
expressão do amor agapaô do original
escrito em grego (o amor incondicional, “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
1 Coríntios 13:7”), e Pedro responde, que o ama como amigo. Jesus pergunta
pela segunda vez se Pedro o amava com o amor ágape, e Pedro responde que Jesus
sabe que ele amava a Jesus como amigo. Na terceira vez, Jesus usa o amor que
Pedro disse que o amava, o amor phileô e
pergunta: Pedro, tu me amas? E Pedro respondendo diz, Jesus, tu sabes todas as
coisas e sabes que te amo como amigo.
Durante muito tempo eu lia esse texto e não
compreendia como Jesus, depois de tudo que Pedro fez, ao negar Ele três vezes,
como foi previsto por Cristo, foi capaz de preparar uma refeição, se manifestar
para Pedro e os demais, e não ter se importado aparentemente com a traição de
Pedro. Mas quando através do seu Espírito Santo, me foi revelado na sua palavra
que as três perguntas que Jesus fez a Pedro, revelavam, cura, perdão e
restauração da sua vida; fiquei grata a Deus, não apenas por compreender, algo
que eu não entendia, mas principalmente por saber que Jesus nos trata através
do seu amor e deposita confiança em nós, mesmo quando o negamos com nossas
atitudes e palavras.
Nesse texto que acabamos de ler, Jesus nos
revela perdão e cura para com Pedro. Esse homem, que andou sobre ás águas; teve
revelação do próprio Deus de que Jesus era o filho do Deus vivo; feriu um
guarda com uma espada na tentativa de defender Jesus; andou sobre as águas e ao
afundar, Jesus o salvou; e por fim contrariando tudo aquilo que havia declarado
sobre sua lealdade e amor a Jesus, nega-o por três vezes.
As três perguntas de Jesus a Pedro, fizeram
com que Pedro refletisse profundamente sobre qual amor tinha por Jesus. E ao
compreender que o amor que ele sentia pelo mestre, de fato não era um amor que
ele julgava ter, de dar a própria vida por Jesus, nesse momento, o Senhor o
curou, o restaurou e mudou a vida de Pedro para sempre. A partir desse
confronto, Pedro decidiu amar Jesus verdadeiramente e com o mesmo amor que Ele
nos amou, o amor incondicional, capaz de dar a sua própria vida por nós.
Nós muitas vezes nos sentimos assim, em meio
a tantas falhas, quedas, recusas, e até diante de situações de pecado, em que
optamos por tal, e negamos a Jesus, nem sempre temos forças para estar de pé.
Sentimos-nos muitas vezes como Pedro: um dia dizemos que daremos a vida por Jesus
e que se preciso for, morremos por Ele; no outro dia, diante de alguma outra
situação, negamos a Ele e damos as costas para a sua morte de cruz e
desprezamos o poder da salvação que há através da sua ressurreição, para que
tenhamos acesso à Deus, e que sejamos aceitos como filhos do Deus altíssimo.
Na nossa caminhada, embora tenhamos provado
coisas tão grandiosas da parte de Deus, apesar de compreendermos a salvação e o
Senhorio de Jesus em nossas vidas, nem sempre servir a Ele com tudo que somos é
possível. Porque muitas vezes outras coisas, ocupam nosso coração. Existe
momento na nossa caminhada que até nos sentimos indignos para o ministério pelo
qual Deus nos chamou, e quando vemos, estamos de volta para a vida que tínhamos
antes de conhecer a Jesus Cristo e sermos comissionados por Ele.
“Assim
como de Tiago e João, os filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão. Todavia,
Jesus revela a Simão: “Não tenhas medo; a partir deste momento tu serás um
pescador de vidas humanas”. Então, eles arrastaram seus barcos para a praia,
renunciaram a todas as coisas e seguiram a Jesus.” Lucas 5:10-11 Pedro foi encontrado
por Jesus com os discípulos pescando, como se estivesse desiludido e desacreditado
do chamado de Deus para a sua vida. Note que Jesus disse quando comissionou a
Pedro, que ele seria pescador de homens, e ele os demais discípulos haviam
renunciado a todas as coisas e tinham seguido a Jesus.
“Em verdade, em verdade Eu te afirmo: quando eras mais jovem, tu te vestias a ti mesmo e ias para onde desejavas; mas quando chegares à velhice, estenderás as mãos e outra pessoa te vestirá e te conduzirá para onde tu não queres ir.” Isso falou Jesus, significando o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus. E assim que terminou de proferir essas palavras, acrescentou: “Segue-me!” João 21:18-22
“Em verdade, em verdade Eu te afirmo: quando eras mais jovem, tu te vestias a ti mesmo e ias para onde desejavas; mas quando chegares à velhice, estenderás as mãos e outra pessoa te vestirá e te conduzirá para onde tu não queres ir.” Isso falou Jesus, significando o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus. E assim que terminou de proferir essas palavras, acrescentou: “Segue-me!” João 21:18-22
A
história nos relata a maneira que Pedro morreu: ele foi vestido por outra
pessoa e ao ser crucificado, não se achava digno de morrer como o seu Senhor
Jesus, então pediu que sua cruz fosse colocada de cabeça para baixo. Aqui vemos
o amor de Pedro transformado em amor agapaô.
“Pedro voltou-se e viu que o discípulo a quem Jesus amava os acompanhava. Assim que Pedro o viu, perguntou a Jesus: “Senhor, mas quanto a este homem?” Então Jesus lhe respondeu: “Se Eu desejar que ele fique vivo até que Eu volte, o que te importa? Entretanto, quanto a ti, segue-me!” João 21: 20-22
“Pedro voltou-se e viu que o discípulo a quem Jesus amava os acompanhava. Assim que Pedro o viu, perguntou a Jesus: “Senhor, mas quanto a este homem?” Então Jesus lhe respondeu: “Se Eu desejar que ele fique vivo até que Eu volte, o que te importa? Entretanto, quanto a ti, segue-me!” João 21: 20-22
Pedro
questionou a respeito do que seria de seu amigo João, se ele fizesse aquilo que
Jesus estava propondo a Ele. E Jesus responde dizendo que a vida de João era
problema de Jesus, quanto a Pedro, era para Pedro segui-lo. Muitas vezes
comparamos nossas vidas, nossa missão, dons, realizações, interesses e chamados
com a de outras pessoas, mas Jesus aqui nos ensina uma lição: Mas você (ele diz
a Pedro, diz a mim e diz a você): Siga-me!
A minha oração é para que o Espírito Santo
produza em nossas vidas através do Amor de Deus revelado em Jesus Cristo, o
amor “agapaô”, e que sejamos
restaurados e curados através desse amor, nascido de Deus, que nos dá forças
para continuar o propósito pelo qual Deus nos chamou para servi-lo.
Amém!
Aida
Priscila :)
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