Esboço da palavra ministrada em 20/06/2014 Primeira
Igreja Batista de Itapema SC.
“Eu sou a videira
verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não dá
fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda.
Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado. Permaneçam em mim, e
eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não
permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em
mim. Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu
nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.”
João 15:1-5
Há duas divisões
principais nesse capítulo: o discurso sobre a videira (nos versículos 1-17) e
as advertências quanto ao ódio do mundo (versículos 18-27). A união entre os
remidos e Cristo é representada através desse texto. Jesus é a videira
verdadeira, em oposição a Israel, que como um tipo ou percursora, era citado no
Antigo Testamento, como a “videira” ou “vide” de Deus. “Eu mesmo te plantei como vide
excelente, uma semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim uma
planta degenerada como vide estranha?” Jeremias 2:21 Embora Israel tenha sido julgada pela
falta de frutos, Jesus cumpriu efetivamente o simbolismo que Israel apenas
representava. Só
há um Caminho para sermos parte dessa videira e produzirmos frutos: um novo
nascimento em Cristo, a regeneração.
Regeneração
“Jesus
respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” João 3:3
“Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que
tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17
Há duas características na vida
de um ser humano regenerado: arrependimento
e fé.
O arrependimento implica
em mudança radical do homem interior, que uma vez em seu interior convencido do
pecado e arrependido da pratica pecaminosa, através da ação exclusiva do
Espirito Santo em convencer o homem do pecado, do juízo e da justiça, o faz se
afastar do pecado e voltar-se para Deus. “Quando ele vier, convencerá
o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” João 16:8 Ocorrendo assim, a mortificação da nossa carne e do “velho homem” e a vivificação do
espírito.
Esse arrependimento
não se dá em questão de um momento, de um dia ou de um ano; dura a vida
inteira, e essa guerra só irá cessar na morte. E a ausência de
arrependimento em nossas vidas, nada mais é que um sinal de que estamos
insensíveis ao pecado.
A fé é a
confiança e aceitação de Jesus Cristo como salvador e total entrega das nossas
vidas a Ele. Confiar e entregar-se a Deus através de Jesus Cristo, único Senhor
e suficiente salvador.
Nessa experiência de
conversão o homem perdido, sem Deus é reconciliado com o Pai, que lhe dá perdão,
justificação e paz. Deus nos marcou, nos selou e colocou em nossos corações a
garantia do Espírito Santo.
Justificação
“Ele verá o fruto do trabalho
da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo,
justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.”
Isaías 53:11
“O qual por
nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.” Romanos
4:25
A justificação ocorre
simultaneamente com a regeneração, é o ato pelo qual Deus, considerando os
méritos do sacrifício de Jesus, absolve no perdão, o homem de seus pecados e o
declara justo, capacitando-o para uma nova vida de retidão diante de Deus e dos
homens.
Cristo quando remiu
os pecados na cruz, não só proporcionou a salvação àqueles que crerem, mas
também o poder de serem feitos filhos de Deus e, por conseguinte, a
justificação deles. Deus é justo. Cristo é justo. O crente, em Cristo, é
justo.
Santificação
A santificação
aponta para um processo e a santidade para o resultado desse processo. Através
da santificação, o cristão se torna santo, adquire santidade. Biblicamente,
santidade significa: (a) separação das práticas pecaminosas do mundo; (b)
consagração ao serviço de Deus.
Santidade é o mesmo que: Distinto,
diferente da massa.
Deus é distinto de tudo que existe.
Ninguém se santifica para ser salvo;
nós nos santificamos porque somos salvos. Devemos viver de um modo que a
santidade de Deus seja conhecida na terra através de nós os seus filhos.
Quando lemos na oração do Pai nosso, ensinada por Jesus: “Santificado seja o vosso nome...” Podemos
concluir que devemos manifestar a santidade de Deus nesta terra através do
vosso viver. Já que não há nada que possamos fazer para tornas Deus mais santo.
Devemos crescer à imagem de Jesus,
crescendo em santificação, crescendo nos atributos morais de Deus, e essa deve
ser a marca da igreja.
Devemos olhar para nós mesmos, nossas
atitudes, as roupas que usamos, aquilo que damos importância, que priorizamos,
as nossas amizades, e analisarmos o que no distingue daqueles que ainda não foram
regenerados, aqueles que ainda não nasceram de novo.
Não
somos dessa terra, somos forasteiros, estamos aqui peregrinando rumo a nossa
terra, a nossa pátria. Você já observou alguém de outro país, os hábitos, os
costumes, a verbalização, o idioma, os costumes que são diferentes, de onde é
essa pessoa, suas atitudes nos incitam a perguntar isso, não é mesmo? As
pessoas devem nos olhar (ao menos deveriam) e verem nossa diferença, porque se
somos verdadeiramente nascidos de novo, regenerados e justificados por Ele,
carregamos em nós as características de um Deus Santo e puro.
Se nós trabalhamos em uma empresa onde há um cristão e um
não cristão, se estudamos em uma escola ou faculdade onde há um cristão e um
não cristão, podemos afirmar que há diferenças entre ambos? Quando somos
santificados em Cristo, somos diferentes da massa, somos luz em um mundo de
trevas, em um mundo corrompido e com valores morais e pecaminosos que agridem a
santidade de Deus.
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este
mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:1-2
A disposição da mente
do cristão deve ser determinada e moldada pelo conhecimento do evangelho, pelo
poder do Espírito e pelos interesses do porvir, e não pela moda passageira
deste século.
Santidade não é imposição de regras,
isso é legalismo. Engana-se quem pensa que santidade é não fazer isso ou aquilo,
a Santidade é uma ação sobrenatural, cujo agente é o Espírito Santo, que nos
transforma a imagem santa de Cristo. “E todos nós,
que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem
estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor,
que é o Espírito.” 2 Coríntios 3:18
A santidade é uma obra do Espírito
Santo, transformando a corrupção do homem, de dentro para fora. Não somos santos
pelos nossos atos externos, mas sim quando experimentamos a ação sobrenatural
do Espírito Santo no nosso interior, e isso é refletido com frutos e com obras.
Entretanto, há dois extremos: aqueles que acham que devem
se encher de usos e costumes, e “não pode” isso, ou aquilo. E há outros que
dizem que Deus muda o coração e não o exterior. Em ambos os casos existe um
erro gravíssimo, é obvio que ninguém é salvo pelas obras da lei, ninguém é
salvo pelo externo, por aquilo que faz, mas a santificação do crente é um
processo de mudanças interiores que resultam em frutos externos. Ou seja, o
homem muda sua conduta, seus valores, suas ideias, seus ideais, e passa a
exalar o bom perfume do Cristo Ressurreto.
A
santificação é o resultado da salvação, do novo nascimento, da regeneração e
justificação através de Jesus Cristo nosso Senhor, a quem devemos honra, temor
e tremor.
Santificação:
A santificação que Jesus nos garantiu na cruz é a capacidade para a vida
verdadeira e a piedade. Morrendo na cruz Ele perdoou nossos pecados,
garantiu-nos a remissão: retirada do pecado. A partir disso o pecado já não tem
poder sobre nossas vidas.
Jesus nos dá todas as capacitações do
Espírito.
Por exemplo, nós diante da nossa natureza pecaminosa não
conseguimos perdoar, só Deus perdoa. Perdão é uma ordem com a habilitação que
Deus dá. Nós devemos perdoar porque Jesus morreu na cruz, e seu eu não perdoar
estarei desconsiderando a morte redentora de Jesus Cristo na cruz, o qual se
deu por mim, se fez pecado em meu lugar, para perdão dos nossos próprios
pecados e para nos conceder a adoção de sermos filhos de Deus.
“Na verdade, a santificação tanto
custa a sua vida, quanto lhe dá a sua vida. É um morrer para o que seja
intuitivo e natural, para o que lhe foi ensinado, praticado, o que lhe foi
estimulado, a escolha, o hábito, enfim, é morrer para essas coisas e aprender a
se tornar um homem, uma mulher que vive a verdade e a inteireza do evangelho
através de Jesus Cristo. Você é chamado a se tornar como Jesus, que era uma
pessoa singular. O prazeroso drama de ser um cristão é que “Minhas ovelhas ouvem
a minha voz”, aqueles que estão na vinha têm um agricultor trabalhando. Há um
Espírito que dá a vida, e há um Espírito que está comprometido a dar seus
frutos, mesmo através de altos e baixos, contradições, paradoxos. Penso que
seria justo dizer que uma das mais significantes marcas de alguém que é um
cristão, é que se você repara nessa pessoa ao longo do tempo, você verá
evidências de que Alguém mais estava trabalhando em sua vida. Esta é uma das
coisas mais fantástica do cristianismo! Há um Deus que se move em nós, há um
Deus que se move em nossa direção. Ele invade as nossas vidas.” David Powlison.
Logo,
deixamos de ser quem éramos em contato com a transformação que esse Deus gera
dentro de nós, que acarreta em mudanças exteriores.
Quando pessoas regeneradas agem
conforme a sua nova natureza, manifestam um desejo humilde e grato de agradar a
Deus que as salvou e, sabendo que Ele prometeu guarda-las em segurança para
sempre, desejam ainda mais ser fiéis ao seu Senhor.
A verdadeira fé, tendo sido acesa no
homem pelo ouvir da Palavra de Deus e pela obra do Espírito Santo, regenera e o
torna um novo homem. A verdadeira fé o faz levar uma vida nova e o liberta da
escravidão do pecado. Sem essa fé os homens jamais farão alguma coisa por amor
a Deus, mas somente por amor a si mesmo e por medo de serem condenados.
Essa fé move o homem a exercitar-se
nas obras que Deus mandou na sua palavra. É somente pela fé em Cristo que somos
justificados, mesmo antes de fazermos boas obras. “Pois
é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a
boa vontade dele.” Filipenses 2:13
Nossos inimigos declarados e que nos
tentam continuamente são: o diabo conforme Efésios 6:12: “Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e
autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças
espirituais do mal nas regiões celestiais.” O mundo, de acordo
com João
15:19: “Se vocês pertencessem ao mundo, ele os
amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi,
tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia.” E a nossa
própria carne, como podemos ler em Romanos 7:23: “mas
vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da
minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros.”
Por isso, por isso devemos pedir ao nosso Deus que nos
sustente e nos fortaleça pelo poder do seu Espírito Santo, a fim de que, nesse
combate espiritual, não sejamos derrotados, mas possamos fortemente resistir,
até que fielmente alcancemos a vitória total.
“Porque esta é
a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da
prostituição.” 1 Tessalonicenses 4: 3
“Porque Deus
não nos chamou para a impureza, mas para a santidade.” 1 Tessalonicenses
4: 7
Nossos frutos devem ser uma vida semelhante à vida de
Jesus Cristo! E o que passar disso provém do maligno.
O processo de
santificação exige uma continua obediência do cristão à palavra de Deus, e ao
Deus da palavra. Exige de nós uma vida de oração, comunhão com Deus e uma
compreensão do nosso chamado para sermos luz do mundo e sal da terra, e assim
demonstrarmos ao mundo através do agir do Espírito Santo em nós, um amor
incondicional pelo próximo, pela ótica de 1 João 3:16: “Conhecemos o amor
nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.”
Testemunho
chamado missionário, vida de santidade e mudança de mente com relação às coisas
terrenas que eram importantes para mim.
Glorificação
A Glorificação é o
ponto culminante da obra da Salvação.
A glorificação é o estágio final,
permanente de felicidade dos que são remidos pelo sangue de Jesus.
“Nenhum soldado em serviço
se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para
a guerra.” 2 Timóteo 2:4
A
glorificação é o último passo do processo de salvação do crente. Após a
transformação na alma, Deus também opera uma mudança completa no corpo, mudando
aquilo que era corruptível para o que é incorruptível.
“E ouvi uma grande voz do
céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles
habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu
Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:3-4
Conclusão
A minha oração é para que o nosso maior e mais belo fruto, seja uma vida semelhante à vida de
Jesus Cristo. Amém!
Aida Priscila :)