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sexta-feira, 29 de maio de 2015
Vingança ou Perdão
Setembro/2005
A expressão “olho por olho, dente por dente”, amigos
ouvintes, tornou-se proverbial. Ela é conhecida pelo o nome de Lei de Talião.
Poucos são aqueles que sabem que ela provém da Bíblia, mais especificamente do
livro de Êxodo, capítulo 21, versículo 24. Esta passagem faz parte das leis
sobre agressão, leis através das quais, sentenças, julgamentos, condenações e
absolvições são prescritos em função da natureza ou gravidade do ato cometido.
Mas leiamos juntos, se vocês desejarem, a passagem em questão: “Se homens
brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem
maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir
o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem. Mas, se houver
dano grave, então, darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por
mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por
golpe”.
Notemos, primeiramente, que a vítima que esta lei
procura compensar é a mulher grávida e a criança, ou as crianças que ela
carrega em seu ventre. A Bíblia, portanto, leva a sério a proteção das mulheres
na sociedade, ao contrário do que comumente se alega. Não se pode impunemente
ferir uma mulher grávida. A lei em questão prescreve a pena devida ao culpado,
e fazendo assim ela também opera de maneira dissuasiva.
Se há ferimento, o culpado deve esperar receber o mesmo golpe infligido
àquela mulher. Pode parecer, a priori, estranho que uma lei do Antigo
Testamento contemple um caso como este, a saber, um golpe, talvez até
involuntariamente, sobre uma mulher grávida, durante uma disputa violenta entre
dois homens. Compreenderemos melhor a necessidade de tal lei, se levarmos em
conta a possibilidade de a mulher querer se interpor entre os dois homens para
os separar.
Mas, vocês me perguntariam, se trata de uma vingança
prescrita pela Bíblia e por Aquele que inspirou as palavras? De maneira
nenhuma. No capítulo 19 do livro de Levítico, que segue o livro de Êxodo no
Antigo Testamento, nós lemos nos versos 17 e 18: “Não aborrecerás teu irmão no
teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre
ti pecado. Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”.
As leis do Antigo Testamento sobre golpes e
ferimentos, ou mesmo assassinatos, foram instituídas para que a justiça seja
feita, sem que a gravidade dos feitos seja encoberta ou diminuída, mas também
sem que nenhum excesso de ódio ou de vingança substitua uma justiça
equilibrada. Ninguém podia tomar um braço, ou mesmo a vida do culpado, se este
tinha feito alguém perder um olho ou um dente. Um princípio de
proporcionalidade ou de equivalência na sentença devia prevalecer sobre toda a
emoção, todo o sentimento de ódio. Visava também impedir que qualquer rancor
fosse mantido.
Neste aspecto, a lei e sua observância testemunhavam
da presença de Deus no meio de seu povo. Foi ele que, tendo dado Sua Lei por
Moisés, prescreveu a norma do que é justo e equânime, a fim de evitar todo
excesso. Como dissemos, este princípio de proporcionalidade na sentença, era
também suficientemente dissuasivo. Notem, igualmente, que no caso de uma
indenização contra o autor do golpe sobre a mulher grávida, golpe este que
teria provocado o parto prematuro sem danos maiores, o valor da indenização era
proposto pelo marido da mulher; mas um terceiro partido independente,
constituído por juízes, deveria intervir para avaliar se o valor da indenização
era justo.
De fato, em sua cólera ou sua emoção, talvez mesmo por
cobiça de um ganho não esperado, o marido poderia reclamar uma soma elevada
demais. Assim, o princípio de proporcionalidade procurava evitar tanto quanto
uma punição desproporcional, como uma pena que esquecesse a vítima e se
ocupasse antes de tudo de poupar o culpado do dano.
Um outro exemplo muito explícito deste princípio nos é
dado no livro de Deuteronômio, capítulo 19, versos 16 a 21. Esta passagem
retoma o princípio de Talião tal como acabamos de ver no nosso primeiro
exemplo: “Quando se levantar testemunha falsa contra alguém, para o acusar de
algum transvio, então, os dois homens que tiverem a demanda se apresentarão
perante o Senhor, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias.
Os juízes indagarão bem; se a testemunha for falsa e tiver testemunhado
falsamente contra seu irmão, far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e,
assim, exterminarás o mal do meio de ti; para que os que ficarem o ouçam, e
temam, e nunca mais tornem a fazer semelhante mal no meio de ti. Não o olharás
com piedade: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por
pé”.
Encontramos aqui, novamente, o princípio de
proporcionalidade, aquele da pena merecida pelo culpado - pena não somente
pronunciada, mas também aplicada -, o valor dissuasivo da pena e os efeitos
positivos no conjunto da sociedade; o mal na sociedade é extirpado. Notamos
também a insistência sobre a seriedade no inquérito a ser investigado pelos
juízes em serviço.
Estes exemplos podem servir de norma para a sociedade
de hoje? Podemos atribuir-lhes algum valor, num mundo que parece tão diferente
daquele do Antigo Testamento? Nossa sensibilidade não se adapta mais a castigos
corporais, ainda mais que vemos certas sociedades muçulmanas aplicar da maneira
mais bárbara, amputações de mãos e de pés para punir pequenos furtos. Em alguns
países do Islam, não é raro ver mulheres brutalmente lapidadas porque tiveram a
infelicidade de mostrar acidentalmente um centímetro quadrado de sua pele. Aqui,
não se busca a proteção da mulher, mas sua opressão sob as formas mais
extremas.
Mas, amigos ouvintes, voltando ao Antigo Testamento,
um cristão que lê a Bíblia seriamente sabe que, definitivamente, ele não pode
interpretar corretamente o Antigo Testamento, a menos que leve em conta a luz
trazida pelo Novo Testamento e pela pessoa de Jesus Cristo, aquele que, segundo
seu próprio testemunho, é “a luz do mundo” (João 9:5).
Ora, lemos no evangelho segundo Mateus, (cap. 5 versos
38 a 41) que Jesus Cristo declara: “Ouvistes que foi dito: olho por olho, dente
por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que
te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar
contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a
andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao
que deseja que lhe emprestes”. Que novo princípio Jesus Cristo ensina aqui a
seus discípulos? Alguém poderia pensar, a priori – Ele está rejeitando todo o
ensino do Antigo Testamento? No entanto, tal não é o caso. Primeiro, porque
Jesus põe ênfase sobre a atitude pessoal do que foi lesado, e não sobre o
sistema judiciário em si e sua validade. A questão aqui é a reação pessoal
manifestada pela pessoa lesada em relação à pessoa que provocou o mal. Contra
aqueles que não veriam mais do que a aplicação estrita da pena prescrita,
endurecendo-se em um legalismo estreito, Jesus ensina a mansidão, a recusa à
vingança, o perdão das ofensas. De fato, ele revela um aspecto que, como vimos,
é belo e está contido na Lei: a recusa à vingança, o amor ao próximo. Jesus
revela este aspecto porque mesmo que ele fale tão claramente e com sua
autoridade divina, a plenitude deste princípio está ainda velada aos homens
pecadores.
De fato, a aplicação estrita do princípio de
proporcionalidade segundo a lei mosaica, não significa em si mesma que se viva
uma relação harmoniosa com o Deus da Graça. Este princípio de proporcionalidade
está bem estabelecido por Deus, mas ele não implica absolutamente em uma pureza
automática do coração e das intenções daqueles que o aplicam.
Ora, importa aqui sublinhar que Jesus Cristo pode
proferir as palavras que lemos no evangelho segundo Mateus, porque Ele é a
manifestação da Graça divina por excelência, a expressão da magnanimidade de
Deus que tem perdoado o pecador, e não tem levado em conta seus pecados.
Segundo a Bíblia, de fato todo o homem ou toda a mulher se acha em
estado de desobediência para com Deus, e por isso merece a morte. Para deixar bem
claro este ensino fundamental da Bíblia, leiamos juntos uma passagem crucial na
carta do apóstolo Paulo aos Romanos, capítulo 3, versos 23 a 26: “pois todos
pecaram e estão privados da gloriosa presença de Deus, sendo justificados
gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a
quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para
manifestar da sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os
pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça
no tempo presente, e para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem
fé em Jesus”. Note bem, esta magnanimidade de Deus manifestou-se principalmente
no sacrifício de Jesus Cristo sobre a cruz, segundo o princípio de proporcionalidade
da pena.
Relembre as palavras de Deuteronômio: “Vida por vida”.
É unicamente porque Cristo dá sua vida por aqueles que Deus comprou, que estão
isentos desta pena. Mas alguém pagou o resgate, alguém sofreu a pena, “vida por
vida”: e este alguém é Deus mesmo, na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo. Eis
aqui a expressão mais perfeita da magnanimidade de Deus, da misericórdia
divina. É por ser o portador dessa misericórdia divina em si mesmo, que Jesus
Cristo detém a autoridade para falar como está registrado no evangelho segundo
Mateus. Ele chama aqueles que querem ser seus discípulos a exercerem uma
magnanimidade semelhante àquele que ele demonstrará ao longo de todo o seu
ministério, e mais particularmente no momento da entrega total de Sua pessoa
sobre a Cruz do Gólgota.
Porque sobre a Cruz, Deus perdoou na pessoa de Jesus
Cristo, aquele cujos inimigos dividiram sua túnica; aquele que antes não tinha
respondido às injúrias, bofetadas, golpes; aquele que jamais desobedeceu à Lei
que manda amar a Deus e seu próximo. Ele, portanto, cumpriu esta Lei em seus
atos por toda a sua vida. Mas ao oferecer esta mesma vida sobre a Cruz, ele
cumpriu a Lei de uma maneira suplementar: ela exigia a vida de cada pecador, e
exprimia esta exigência requerendo os sacrifícios rituais de animais, símbolos
da vida exigida em pagamento do pecado. Cristo pagou uma vez por todas o
resgate exigido, não de maneira simbólica, mas de maneira real, total e
definitiva.
Podemos, então, compreender com a maior clareza as palavras de Jesus
registradas pelo evangelista Mateus no mesmo capítulo 5 que lemos há pouco
algumas frases: “Não penseis que eu vim abolir a lei ou os profetas. Eu vim não
para abolir, mas para cumprir”.
Revelando assim seu amor por seu povo, Deus mostra a
extensão de sua magnanimidade, e ensina a seus filhos comprados, a lhe
imitarem. Ele lhes ensina a compreender uma dimensão que nenhum humano pôde
perceber antes: amor e justiça, proporção na pena e perdão, misericórdia e
castigo, são possíveis no plano divino sem se excluírem mutuamente. Eles
encontraram sua expressão perfeita na pessoa e obra de Jesus Cristo.
Quando de nossa próxima transmissão, nós refletiremos juntos sobre as
implicações para a sociedade e para nossa conduta pessoal do ensino de Jesus
sobre a misericórdia e a justiça.
Eric Kayayan
Traduzido por: Paulo Athayde
Novembro de 2005.
Fonte: http://www.monergismo.com
sábado, 23 de maio de 2015
Razões pelas quais os Crentes em Cristo não precisam Temer
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Não morreremos à
parte do decreto gracioso de Deus para os seus filhos.
Tiago 4:14-15.
“Se o Senhor quiser, e
se vivermos, faremos isto ou aquilo.”
Mateus 10:29-30
“Não se vendem dois
passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de
vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.”
Deuteronômio 32:39
“Vede agora que eu, eu
o sou, e mais nenhum deus há além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo,
e eu saro, e ninguém há que escape da minha mão (Veja Jó 1:21; 1 Samuel
2:6; 2 Reis 5:7).”
Maldições e adivinhações
não têm força contra o povo de Deus.
Números 23:23
“Pois contra Jacó
não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo se dirá
de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem realizado!”
Os planos de
terroristas e nações hostis não acontecem à parte do nosso Deus gracioso.
Salmo 33:10
“O SENHOR desfaz o
conselho dos gentios, quebranta os intentos dos povos.”
Isaías 8:9-10
“Tomai juntamente
[vós, povos] conselho, e ele será frustrado; dizei uma palavra, e ela não
subsistirá, porque Deus é conosco.”
(Veja 2 Samuel 7:14; Neemias 4:15).
O homem não pode nos
fazer mal além do que a vontade graciosa de Deus determinou para nós.
Salmo 118:6
“O SENHOR está
comigo; não temerei o que me pode fazer o homem.”
Salmo 56:11
“Em Deus tenho posto a
minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem.”
Deus promete proteger
os seus de tudo o que não seja bom para eles no final.
Salmo 91:14
“Porquanto tão
encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto,
porque conheceu o meu nome.”
Deus promete nos dar
tudo o que precisamos para obedecer, desfrutar e honrá-lo para sempre.
Mateus 6:31-33
“Não andeis, pois,
inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos
vestiremos?... De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas
estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas.”
Filipenses 4:19
“O meu Deus, segundo
as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo
Jesus.”
Deus nunca abaixa a
guarda.
Salmo 121:4
“Eis que não
tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel.”
Deus estará conosco,
nos ajudará, e amparará na tribulação.
Isaías 41:10
“Não temas, porque eu
sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te
ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.”
Isaías 41:13
“Porque eu, o SENHOR
teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo.”
Coisas terríveis
acontecerão, alguns de nós morreremos, mas nenhum cabelo da nossa cabeça
perecerá.
Lucas 21:10-11, 18
“Então lhes [Jesus]
disse:... haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu... e
matarão alguns de vós... Mas não perecerá um único cabelo da vossa
cabeça.”
Nada acontece, senão
na hora determinada por Deus.
João 7:30
“Procuravam, pois, prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele, porque ainda não era chegada a sua hora.” (Veja João 8:20; 10:18)
“Procuravam, pois, prendê-lo, mas ninguém lançou mão dele, porque ainda não era chegada a sua hora.” (Veja João 8:20; 10:18)
Quando o Deus
todo-poderoso é o seu auxílio, ninguém pode prejudicá-lo além do que Ele
decretou.
Hebreus 13:6
“E assim com
confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me
possa fazer o homem.”
Romanos 8:31
“Que diremos, pois, a
estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
A fidelidade de Deus
é baseada sobre o firme valor do Seu nome, não a medida instável da nossa
obediência.
1 Samuel 12:20-22
“Então disse Samuel
ao povo: Não temais; vós tendes cometido todo este mal... Pois o SENHOR, por
causa do seu grande nome não desamparará o seu povo.
O Senhor, nosso
protetor, é grande e terrível.
Neemias 4:14
“Não os temais; lembrai-vos do grande e terrível Senhor”.
“Não os temais; lembrai-vos do grande e terrível Senhor”.
Com você, confiando nas firmes
promessas em tempos frágeis,
Pastor John Piper
Fonte: http://www.desiringgod.org/
terça-feira, 19 de maio de 2015
A PIEDADE É A VERDADEIRA SABEDORIA
Esta consideração é a que torna
piedoso o homem, porque a piedade é a verdadeira sabedoria. Refiro-me à
piedade que os gregos denominam theosebeian, a qual foi recomendada
pelas palavras dirigidas ao homem e que se lêem no livro de Jó: Eis, o
temor do Senhor é a (verdadeira) sabedoria (Jó 28,28). Pois, se
traduzíssemos o termo theosebeian para o vernáculo a partir do latim
de acordo com a sua origem, poder-se-ia dizer “culto a Deus”, o qual consiste
principalmente em que a alma não lhe seja ingrata. Por isso, no verdadeiro e
singular sacrifício, somos exortados a dar graças ao Senhor nosso Deus.
A alma ser-lhe-ia ingrata, se o que
vem dele atribuísse a si mesma, principalmente a justiça, de cujas obras se
orgulhasse como se fossem próprias e como realizadas por si mesma em seu
próprio favor. Avultaria a ingratidão, se o orgulho se manifestasse não de
maneira vulgar, como fazem os que se jactam das riquezas ou da elegância
corporal ou da eloqüência ou das outras qualidades tanto interiores como
exteriores, seja do corpo, seja da alma, as quais os malvados também costumam
possuir, mas também daqueles que são os bens dos bens e de um modo não
vulgar, mas próprio dos que se consideram sábios. Devido a este pecado, o do
orgulho, até ilustres varões bandearam-se para a desonra da idolatria,
rechaçados da solidez da natureza divina.
Por esta razão, o mesmo apóstolo e
na mesma carta, na qual se mostra defensor acérrimo da graça, depois de se
confessar devedor a gregos e bárbaros, a sábios e ignorantes, e, portanto,
pelo que lhe exigir sua missão, e depois de dizer que estava disposto a
evangelizar os que se encontravam em Roma, afirma: Na verdade, eu não me
envergonho do Evangelho, ele é a força de Deus para a salvação de todo
aquele que crê, em primeiro lugar do judeu, mas também do grego. Porque nele
a justiça de Deus se revela da fé para a fé, conforme está escrito: “O
justo viverá da fé” (Rm 1,14-17).
Esta é justiça de Deus que, oculta
no Antigo Testamento, manifesta-se no Novo. Chama-se justiça de Deus porque
sua concessão torna justo os homens, assim como o que está escrito: Do
Senhor vem a salvação, indica que é a salvação com a qual ele salva.
Esta é a fé pela qual e na qual se revela a justiça, isto é, a fé dos que
pregam a palavra para despertar à fé os que obedecem. Pele fé de Jesus
Cristo, isto é, pela fé que nos conferiu Cristo, cremos que nos vem de Deus o
poder viver na justiça e vivê-la com mais perfeição no futuro. Por tudo
isso damos-lhe graças com a piedade devida somente a Deus.
Santo Agostinho
Extraído de: A Graça I,
(Patrística 12) São Paulo: Editora Paulus, 1998, p.36.
domingo, 17 de maio de 2015
Nisto Conhecemos que Permanecemos Nele
“Nisto conhecemos
que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito” (1 João
4:13).
Quer
uma habitação para sua alma? Você pergunta: "Quanto custa?" É bem
menos do que a arrogante natureza humana vai querer pagar. É sem dinheiro
e sem preço. Ah! você gostaria de pagar um aluguel apropriado! Gostaria de
fazer algo para ter a Cristo? Você não pode ter a casa, então, pois
ela é "sem preço".
Você arrendará
a casa do Mestre por toda a eternidade, sem pagar nada por ela; nada
exceto o imposto territorial de amá-Lo e servi-Lo para sempre? Você
aceitará a Jesus e "permanecerá Nele"? Veja, esta casa está mobiliada
com tudo o que quiser, tem mais riquezas do que você irá
gastar em toda a sua vida. Nela você pode ter íntima comunhão
com Cristo e se regozijar em Seu amor; nela, as mesas são bem
supridas para que você se alimente para sempre; nela,
quando estiver cansado, poderá achar descanso em Jesus; e dali você
pode olhar e ver o próprio céu.
Você
terá a casa? Ah! se você for um sem-teto, dirá: "Gostaria de tê-la;
mas, posso?" Sim; eis a chave - a chave é "Venha para Jesus".
"Mas", você diz, "Estou andrajoso demais para uma casa como
essa." Não importa; há roupas em seu interior. Se você se
sente culpado e condenado, venha; e ainda que a casa seja boa demais para
você, aos poucos Cristo irá torná-lo adequado para ela. Ele o lavará
e o limpará, e você então será capaz de cantar "Permaneço Nele".
Crente:
és muito feliz por teres tal lugar de habitação! És muito privilegiado,
pois tens uma "rocha habitável" onde estarás seguro para sempre.
E, "permanecendo Nele", tu não apenas terás uma casa segura e
perfeita, mas uma casa eterna.
Quando este mundo
tiver se desvanecido como um sonho, nossa casa continuará
e permanecerá mais resistente que o mármore, mais sólida que o
granito, auto-existente como Deus, pois é o próprio Deus - "Permanecemos
Nele".
C. H. Spurgeon
Fonte: Morning and Evening (Devocional matutina do dia 06 de maio)
sexta-feira, 15 de maio de 2015
quinta-feira, 14 de maio de 2015
O Poder de sua Ressurreição
“Para o conhecer,
e o poder da sua ressurreição...” (Fp. 3:10, RA)
A
doutrina da ressurreição do Salvador é extremamente preciosa. A ressurreição é
a pedra angular do edifício do cristianismo. É o pilar do arco da nossa
salvação. Seria necessário um livro inteiro para mostrar
todas as correntes de água viva que fluem desta fonte sagrada, a
ressurreição de nosso querido Senhor e Salvador Jesus Cristo; mas saber que Ele
ressuscitou, e ter comunhão com Ele como tal - relacionar-se com o
Salvador ressurreto em conseqüência de uma
vida restaurada; vê-lo deixar o túmulo como resultado de nós
mesmos termos deixado o túmulo do mundanismo - é ainda mais precioso.
A
doutrina é o fundamento da prática, mas, tal como a flor é mais
encantadora do que a raiz, assim também a prática da comunhão com o
Salvador ressuscitado é muito mais encantadora do que a própria doutrina.
Gostaria
de fazê-lo crer que Cristo ressuscitou dos mortos para que cantasse isto,
e de dar-lhe todo o consolo possível para que
entendesse este fato com certeza e testemunho; mas, até lá, eu lhe imploro,
não se dê por satisfeito. Embora você não possa, como os discípulos, vê-Lo
visivelmente, mesmo assim eu lhe digo para desejar ver Jesus Cristo
com os olhos da fé; e, embora não possa, como Maria Madalena,
"tocá"-Lo, mesmo assim você pode ter o privilégio de conversar
com Ele, e saber que Ele ressuscitou, e que você mesmo foi ressuscitado
Nele em novidade de vida.
Conhecer
o Salvador crucificado porque Ele crucificou todos os meus pecados, é muito
bom; mas, conhecer o Salvador ressuscitado porque Ele me
justificou, e entender que Ele me deu nova vida, tornando-me uma nova
criatura por meio de Sua própria novidade de vida, é uma experiência ainda
mais sublime: sem isto, ninguém ouse ficar satisfeito.
Que
você possa "conhecê-Lo e o poder da Sua ressurreição." Por que razão
as almas ressuscitadas com Jesus vestiriam mortalhas mundanas e incrédulas?
Ressuscita, pois o Senhor ressuscitou.
C. H. Spurgeon
Fonte: Morning and Evening (Devocional vespertina do
dia 22 de novembro)
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