quarta-feira, 20 de abril de 2016

Adotados


Por Vincent Cheung

Tendo sido declarados justos por Deus, a ADOÇÃO é um ato de Deus pelo qual ele faz os eleitos justificados se tornarem membros de sua família.

Algumas pessoas pensam que todo ser humano é um filho de Deus. Contra essa concepção errônea, a Bíblia ensina que, pelo contrário, todo não-cristão é um filho do diabo:

O campo é o mundo, e a boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno. (Mateus 13:38)

Então Jesus respondeu: “Não fui eu que os escolhi, os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo!”. (João 6:70)

Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira. (João 8:44)

Filho do diabo e inimigo de tudo o que é justo! Você está cheio de toda espécie de engano e maldade. Quando é que vai parar de perverter os retos caminhos do Senhor? (Atos 13:10)

Aquele que pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. (1 João 3:8)

Desta forma sabemos quem são os filhos de Deus e quem são os filhos do diabo: quem não pratica a justiça não procede de Deus; e também quem não ama seu irmão. (1 João 3:10)

Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque suas obras eram más e as de seu irmão eram justas. (1 João 3:12)

Por outro lado, aqueles que foram salvos por Cristo foram também feitos filhos de Deus:

Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: “Aba, Pai!”. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados. (Romanos 8:14-17, ARC)

Não é pouca coisa ser chamado filhos e herdeiros de Deus. Talvez essa doutrina tenha sido tão diluída e abusada nos círculos cristãos e no mundo que nós não estamos tão impressionados como deveríamos estar: “Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: que fôssemos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conheceu” (1 João 3:1).
Uma implicação importante de ter sido adotado na família de Deus é que nós podemos agora nos relacionar com ele como o nosso Pai Celestial, e que nós podemos ter agora comunhão com outros cristãos como verdadeiros membros de família. De fato, a união entre os cristãos deveria ser tão forte quanto aquela que existe entre os membros de uma família natural. Nós temos sido unidos pela vontade de Deus, pelo sangue de Cristo e por uma fé em comum.

A maioria das pessoas assume que a Bíblia nos ensina a tratar os outros duma forma imparcial. Por exemplo, alguém não deveria dar um tratamento especial a um rico apenas porque ele é rico (Tiago 2:1-9). Contudo, a Bíblia não ensina que devemos tratar a todos da mesma forma; antes, nós temos que dar prioridade a certas pessoas: “Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé” (Gálatas 6:10). Nós temos que colocar os cristãos em primeiro lugar quando formos fornecer assistência a outras pessoas.

Devemos ser cuidadosos para evitar confundir adoção com outros itens nos benefícios da redenção. Por exemplo, regeneração é uma ressurreição espiritual que capacita o indivíduo a responder positivamente a Deus, mas a pessoa não se torna um filho de Deus através dela. É possível para uma criatura racional ser espiritualmente viva, sem ser um membro da família de Deus no sentido denotado por adoção. Anjos podem ser um exemplo dessa classe de seres.

Em adição, adoção não é justificação. Seria possível para Deus declarar legalmente alguém como justo sem também fazer dessa mesma pessoa um filho através da adoção. Alguém que foi regenerado e justificado já permanece como justo diante de Deus, e nunca será condenado (Romanos 8:33). Mas a doutrina da adoção nos ilumina ainda mais com respeito à extensão do amor de Deus para com os seus eleitos, que em adição a salvá-los do pecado e do inferno, ele também fez deles seus filhos e herdeiros.

Vários itens nos benefícios da redenção têm sido distorcidos por algumas pessoas para denotar uma deificação; as doutrinas da regeneração e a glorificação são especialmente tendentes a serem abusadas. Um entendimento correto da adoção nos ajudará a evitar esse erro. Um pregador disse o seguinte:

Pedro disse isso claramente; ele disse: “Nós somos participantes da natureza divina”. Essa natureza é a vida eterna em perfeição absoluta. E essa foi impartida, injetada em seu espírito humano, e você teve essa impartida em você por Deus da mesma forma como você impartiu em seu filho a natureza da humanidade. Esse filho não nasceu uma baleia! Ele nasceu um humano! Isso não é verdade? Bem, agora, você não tem um humano, tem? Você é um. Você não tem um deus em você. Você é um. [42]

Esse pregador ou até querendo dizer outra coisa e se equivocou no caminho, o que implica extremo descuido e expressa indiferença ao ministério da pregação, ou ele quer dizer o que ele disse, o que constitui blasfêmia do tipo mais terrível. Em outras palavras, se isso foi apenas uma escolha infeliz de palavras, então ela foi uma escolha muito infeliz de palavras; se ela foi uma escolha boa de palavras, então ela foi uma doutrina muito blasfema. Ambos os erros são suficientes para resultarem em demissão do ministério, se não excomunhão da igreja.

Jesus é o “Unigênito” de Deus (João 3:16; veja também João 3:18, 1 João 4:9); ele tem um lugar único diante de Deus e um relacionamento único com Deus. Nós somos filhos adotados de Deus, e a regeneração não nos torna parte da Trindade! Que Jesus é também referido como o “primogênito” (Romanos 8:29) detona sua preeminência entre a criação de Deus e os seus eleitos, de acordo com a mentalidade hebraica, e não significa que nós somos os filhos subseqüentes de Deus no mesmo sentido e na mesma ordem de Deus o Filho. Por exemplo, Colossenses 1:15 diz: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”. Isso não significa que o universo e os planetas também sejam filhos de Deus.

(Teologia Sistemática, páginas 198-201)

NOTAS: [42] - Kenneth Copeland, “The Force of Love” (Fort Worth: Kenneth Copeland Ministries), cassette tape #02- 0028. Citado em John F. MacArthur, Jr., Charismatic Choas; Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1992; p. 331. Quando Paul Crouch disse, “Eu sou um pequeno deus!” Copeland respondeu, “Sim! Sim!” Novamente, quando Crouch disse, “Eu sou um pequeno deus! Críticos, dêem o fora!” Copeland respondeu, “Você é qualquer coisa que Ele é”. Ibid., p. 332-333.

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 26 de Agosto de 2005.

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