quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Carta Aberta...


 Eu já chorei por amor, e eu já causei muitas lágrimas também...

Já fui ao fundo do poço do desespero, da solidão, da angústia, dos medos, nos abismos mais sombrios que congelariam a alma de qualquer um, e eu voltei.

Eu sei muito bem o que é a rejeição e os danos que ela pode causar; e eu também já soube rejeitar...

Eu já tive o carro do ano, o apartamento bacana que muita gente morre tentando obter, hoje eu tenho apenas as minhas malas e os tênis que por anos, resisti em calçar, preocupada com a aparência.

Eu só usava social, e os saltos dos scarpins que acabaram com os meus dedos dos pés... esses eu troquei por sapatilhas e pelo conforto de andar em qualquer tipo de chão, sem me preocupar em quebrar o salto, arranhar o bico, ou perder um dos pares para algum buraco no chão de alguma turbulenta cidade grande...

Eu já dei a volta ao mundo, literalmente! Já sofri com jet lag por meses... já acordei em um outro continente, sentei na cama, sem saber ao certo onde estava, esperando tudo fazer sentido outra vez.

Já derramei muitas lágrimas de saudades, sem muita gente saber disso. Já liguei aos prantos para muita gente, só para dizer que a distância machuca, que o verdadeiro amor não morre, e que não existem distancias, pessoas, fuso horários e culturas diferentes que sufoquem ou destruam uma verdadeira amizade.

Muitas vezes escrevi poemas, declamei poesias, frases desconexas, fiz minhas homenagens, e nem sei se quem recebeu apreciou..., mas isso não me fez parar de continuar a fazê-lo.

Já perdi a conta dos livros que eu li, dos poemas que escrevi, das músicas que compus e que nunca mostrei para ninguém...

Andei na chuva, pisei na neve, corri na grama, sujei os pés no barro, machuquei os pés no chão batido.

Dormir com fome? Sei bem como é, e acordar com ela também... já tive vontade de comer o que eu queria e não pude comprar; também já pude comprar o que eu queria comer e não quis fazer.

Já desejei uma roupa que eu não pude ter, e já comprei coisas desnecessárias que nunca tive coragem de usar...

Já fui criança briguenta, chorona, malvada e boazinha. Uma adolescente rebelde e do contra... uma jovenzinha avida pela vida e ao mesmo tempo cansada de viver!

Eu já tive mãe, pai, e todos os irmãos juntos a mesa... e já perdi a conta dos funerais bruscos e fugazes que me lembraram de que nada é para sempre por aqui...

Já fui tantas coisas... E já fiz tantas outras... E em tudo eu busquei um sentido para a vida.

Muitas vezes nas carências afetivas, outras tantas usufruindo daquilo que o dinheiro poderia me dar... quanta perda de tempo!

Um dia sem a mínima pretensão de ser encontrada pelo Eterno - por aquele que eu negava a própria existência – vi que algo mudou.

Uma compreensão jamais tida antes - seja nos livros das faculdades que estudei, nos cursos de aperfeiçoamento que busquei, ou na vida que escolhi viver - começou a florescer.

A Palavra de Deus nos ensina que toda a raça humana está morta em seus pecados e delitos, e uma vez morto o ser humano por si mesmo, é incapaz de voltar a vida... Então pela ação sobrenatural do Espirito Santo, ganhei um novo fôlego de vida e a velha criatura sepultada ficou!

Com esse novo fôlego de vida, a fé em Jesus Cristo como o único capaz de reconciliar o homem com Deus, surgiu e desfez o caos que era a minha existência.

Para muitos eu enlouqueci, para outros o Deus de ontem, hoje e sempre continua agindo em vidas, tortas, quebradas e sem sentido, como a minha outrora era...

Após o entendimento, a compreensão e o arrependimento, por ter vivido a minha vida de maneira autônoma, sem consultar o Deus que me criou para absolutamente nada... a “ficha caiu”.

Quando a “ficha cai”, as nossas misérias aparecem, a convicção do pecado torna tudo mais claro e a fé naquele que se tornou pecado no nosso lugar, extinguindo a nossa dívida para com Deus, nos torna aptos para trilhar as pegadas do mestre.

Nos últimos 9 anos da minha vida, tenho me dedicado a compartilhar sobre esse amor que destrói as nossas resistências e reina absoluto sem consultar a vontade do homem, que está morto e, não pode querer o que é bom.

Têm sido dias difíceis, e também dias de paz. Dias de dores, e dias de refrigério. Dias de partidas, mas também dias de chegada. Dias de negar a própria vontade, e optar pela vontade do altíssimo, tornando a sua Santa Palavra autoridade máxima sobre a minha vida.
Tenho me tornado o que nunca desejei ser por vontade própria, e a medida que o Amor de um Deus Soberano e sua graça irresistível se tornaram a minha própria vontade, se tornou mais leve entender o propósito da vida.

Faziam alguns meses que eu não escrevia no blog continuamente, pois estive envolvida em muito trabalho e projetos - não que eu não esteja nesse ritmo ainda - mas resolvi retomar a escrita e compartilhar por aqui as minhas experiências de vida, com aqueles que por algum motivo específico irão ler essas palavras.

Nos últimos dias tenho lido um e-book chamado Orações Puritanas, essas orações tem sido as minhas orações matinais ou noturnas, e muitas vezes, ambas. Estarei compartilhando as mesmas no blog, no intuito de que elas possam falar ao seu coração também leitor, e quem sabe, te despertar para a essência da caminhada cristã em santidade e temor ao Deus Trino.

Estarei postando novos textos meus também, e espero que esse blog seja não apenas mais “uma voz” em meio ao turbilhão de “vozes” que chamam a nossa atenção na internet, mas que de alguma maneira, ele te desperte a uma vida de acordo com a vontade daquele que te criou.

Afinal de contas, somente à Ele a glória!

Aida Priscila

#SoliDeoGloria!

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