Quero iniciar esse texto com Mateus 6: 25 à 30: “Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas? 26 Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos? 27 E nenhum de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso. 28 E por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. 29 Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como essas flores. 30 É Deus quem veste a erva do campo, que hoje dá flor e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena!” Mateus 6:33: “Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas...”
Em algum momento da sua caminhada cristã você já deve ter lido, ouvido ou dito esse versículo; se você não é cristão, pode ser que já tenha ouvido falar do mesmo, ou não. Em quaisquer dos casos, preste bastante atenção nele. O engraçado nesse texto é que muito antes de eu ter posto o Reino de Deus em primeiro lugar na minha vida e viver o que Deus quer, eu ja gostava dele. Eu sempre lembrava dele quando algo aparentemente não ia bem.
Eu nasci em um lar cristão, tenho tio pastores, primas que são cantoras evangélicas, primos que são músicos evangélicos, e em qualquer casa que eu visitava de meus familiares, fossem eles evangélicos ou não, ali estava ela, a Biblia. E eu as vezes a folhava, não entendia absolutamente nada do que estava escrito (melhor se tivessem fguras), mas lia, cansava, não entendia e deixava onde ela estava (geralmente aberta), ou no Salmos 23: “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará...” ou Salmos 91: “Aquele que habita no esconderijo do altissímo à sombra do onipotente descansará...” Em um desses impulsos de abrir e ler a biblia, me deparei com Mateus 6:25 à 30. Tomei os versículos como “amuleto” quando fiquei sabendo que não era preciso se preocupar com mais nada, porque tinha um Deus que podia tudo e então vez ou outra eu falava com ele, do meu jeito, na maioria das vezes escondida (porque falar com quem eu não via, na minha opinião era loucura aos olhos de qualquer mortal). Muitas vezes as coisas até aliviavam, mas em seguida eu esquecia todo esse papo maluco e continuava a minha vida.
No entanto, o versículo 33: “Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas...” Esse versículo só passou a fazer sentido quando resolvi vivê-lo. Antes não fazia sentido algum e eu ficava só com a parte dos beneficios e do cuidado que Deus tem conosco.
E sabe porque ele nunca fez sentido? Porque eu estava buscando a satisfação da minha alma nos lugares errados. Você já parou para pensar nas situações que você já viveu, se submeteu e enfrentou em nome de algo chamado satisfação? A palavra satisfação no dicionário também significa: Contentamento, prazer que resulta da realização do que se espera, do que se deseja. E é exatamente dessa satisfação que me refiro.
Existem muitos lugares e situações que podemos viver e criar para ir de encontro com a satisfação. Há uma satisfação em se comprar algo, mesmo que nunca cheguemos a usar (que mulher nunca vivenciou essa satisfação?); mas depois que nos damos conta do supérfluo que foi a compra, nos vemos arrependidos.
Existe uma satisfação em estar alcoolizado e muitas vezes tomar decisões que de “cara” você não teria a mesma coragem de enfrentar; mas depois que o efeito do álcool acaba, surge o arrependimento que muitas vezes vem acompanhado do esquecimento.
Tem a satisfação do sexo sem compromisso, dos relacionamentos que muitas vezes são infrutíferos, mas nos prendem por causa do sexo. Mas até para esse tipo de satisfação existe um arrependimento (muitas vezes tardio), que vem de mãos dadas com pensamentos do tipo: já transamos agora você pode ir embora, ou então a sensação de que você foi apenas mais um (a) da fila de estoques de satisfações.
Tem a satisfação do uso de drogas, essa satisfação é muitas vezes inexplicável, tão boa e mágica, que parece te transportar para um mundo tão perfeito, tão bonito e tão fofo que a vontade é de ficar por lá... Porém chega um momento que esse mundo é destruído pela realidade, e junto com o arrependimento (e de frases como: essa foi a ultima vez que fiz isso), você parece não suportar tamanha angústia, dor, pensamentos suicidas e vontade de ter forças suficientes para não desejar mais essa satisfação.
Tem a satisfação que encontramos nos alimentos, e que muitas vezes se torna um perigo, quando de tanto consumidos nos distanciamos cada vez mais dos padrões de beleza que o mundo impõe. Então o resultado muitas vezes dessa satisfação se chama bulimia, anorexia ou obesidade.
E a satisfação por esportes? Endorfina sendo liberada, vontade de manter a forma, de malhar até que o corpo atinja o nível de perfeição inatingível (por que cada um tem o seu biotipo e por mais “ferro” que você venha puxar, suplementos ou anabolizante que você venha ingerir, vai estar cada vez mais longe do seu objetivo). Então vem o arrependimento pelo tempo perdido nas academias, por ver a saúde maltratada e suas conseqüências, e no final disso tudo o velho peso do que poderia ter sido evitado.
Existe a satisfação encontrada no trabalho, de horas e horas dedicadas a ganhar dinheiro, alcançar objetivos, superar objetivos (porque alcançar se torna fácil e você gosta do difícil). Mas até para isso, acredite, existe o peso da idade em seu rosto e tudo aquilo que você deixou de viver e acompanhar ao lado de pessoas que realmente mereciam... E lá, adivinha quem vem chegando, querendo ficar para uma xícara de café? O velho arrependimento e aquela certeza de que se tivesse deixado de lado aquilo tudo por apenas algumas horas, a família ainda estaria reunida, os filhos ainda estariam à mesa acompanhando sua refeição hoje solitária; ou quem sabe você teria tido tempo de acompanhar mais de perto o quanto seus pais envelheceram e ter compreendido o verdadeiro valor dos dias que não voltam mais.
Existem muitas formas de encontrarmos a satisfação nesse mundo. No entanto, permita-me dizer que por mais que você pense que essa satisfação que você desfruta hoje é boa, não faz mal a terceiros, que a vida é sua e que é você quem paga os seus impostos e faz o que bem entender de sua vida e dessa sua satisfação fugaz e cheia de conseqüências vazias, existe um lugar onde a satisfação é permanente, eficaz e transita de mãos dadas com a paz. Uma paz que nem uma satisfação que esse mundo tem para nos oferecer é capaz de trazer.
Existe um lugar em Jesus... E a ponte que te liga a ele se chama: Coração, convide-o para entrar...
Aida Priscila ( :
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