03 de Outubro, fim do dia, pego meu carro e me dirijo até o colégio em que eu costumo votar. Chegando ao colégio, procuro alguma vaga para estacionar e quando vejo uma, dou sinal e vou estacionando até que olho pelo retrovisor e vejo um carro atrás de mim dando sinal que iria estacionar ali também. Entretanto continuo no lugar que estou, impedindo que o carro atrás estacione. Olho e vejo que um outro carro em frente à vaga que eu iria, está saindo então espero, assim eu e o carro atrás de mim poderíamos estacionar. Acontece que enquanto dou ré para estacionar meu carro, o motorista do carro atrás, para do meu lado e me dá sinal de luz, o que me irrita e por um instante de desequilíbrio, baixo o vidro e digo: Mas tu és mal educado em querido, têm duas vagas aqui! E ele me diz: Antes não tinha e tu ias estacionar (como quem diz, eu estava aqui antes). E arremata a frase com: E tu és crente, não és? Silêncio...
Algo dentro de mim rompeu a barreira da irritação, do stress e como num piscar de olhos, tomo consciência da minha atitude reprovável e da minha falta de sabedoria naquele instante.
De toda situação o que mais me causou mal estar foi a frase: E tu és crente, não és? E sabes por que isso me entristeceu? Porque ele me identificou como crente por causa de um símbolo do cristianismo que carrego atrás do meu carro... Naquele momento me lembrei de um estudo que fiz um tempo atrás sobre o cristianismo que dizia que os cristãos, logo que Jesus morreu e ressuscitou, foram denominados Cristãos por causa de suas atitudes, que eram semelhantes às atitudes de Jesus Cristo. Então as pessoas que os viam, que viam as suas atitudes, os chamavam de cristãos. Movida de arrependimento e vergonha, desejei ser reconhecida pelas minhas atitudes e não por um pedaço de metal colado na lataria do meu carro.
Muitas vezes enfrentamos situações que nos põem a prova, situações muitas vezes muito mais complexas e difíceis que essa que vivi, mas que creio ter um peso espiritual igual. Quando chegamos a Jesus e entregamos nossas vidas a ele, nosso maior desejo é que o amor, a graça, a sabedoria que vem do alto, sejam conosco a cada respirar. Mas nem sempre é o que acontece, porque estamos andando na contramão de um mundo, onde a vingança, o ódio, a ira, e outros tantos sentimentos são tão normais como fazer uma refeição durante o dia, infelizmente esses sentimentos fazem parte do cardápio do mundo.
Um dos capítulos que mais gosto na bíblia é João 15, onde Jesus se compara a uma árvore e nos compara aos galhos dessa árvore. No versículo 4 ele diz: “Pois, assim como o ramo só dá uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só podem dar fruto se ficarem unidos comigo.” Versículo 8: “E a natureza gloriosa do meu Pai se revela quando vocês produzem muitos frutos e assim mostram que são meus discípulos.” Versículo 14: “Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando.”
Dar bons frutos, vai além de levar o evangelho a outras pessoas, de apresentar Jesus a outras vidas, além de testemunhos do que Deus já fez em nossas vidas, vai além de fazer conhecido o reino de Deus. Dar bons frutos é ter o fruto do Espírito, é viver como Jesus viveu, é buscar a santidade, é viver em comunhão com Ele, como está escrito em Gálatas 5:22-23: “Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade,a humildade e o domínio próprio.”
Que possamos desejar, buscar e permanecer nos frutos do Espírito Santo, que saibamos perdoar, amar, entender, guiar, ouvir...
Que tenhamos o verdadeiro Amor de Cristo em nós; a Alegria permanente que só encontramos nele; a Paz que excede todo entendimento; a Paciência de saber esperar nele, a Paciência com os demais; a Delicadeza com os sentimentos do outro, com a realidade do outro; a Bondade com cada um que cruza nossos caminhos; a Fidelidade e o respeito com o outro; a Humildade de servir e não dominar; e o Domínio próprio que muitas vezes é deixado de lado pelo calor do momento.
O meu desejo a todos que leram esse texto é que Deus na sua multiforme graça, trabalhe em suas vidas, lhes fazendo desejar, buscar mais dele, pela sua presença e pelo seu Espírito Santo.
Que Deus nos conceda os frutos do Espírito, e que através desses frutos, possamos ser identificados e comparados com as atitudes de Jesus.
Ouvi outro dia o missionário Rodolfo Abrantes em uma de suas ministrações da palavra, dizer que com relação ao mundo, devemos ser como os peixes. Se pescarmos um peixe e assá-lo sem temperá-lo, ele fica insosso, simplesmente por que os peixes por mais que nadem no mar, por mais que tenham contato com a água salgada, não absorvem o sal que há na água...
Que sejamos assim com relação ao mundo. Que tenhamos mais de Deus em nós do que o que há no mundo.
Quero terminar esse texto com Gálatas 5:16: “Quero dizer a vocês o seguinte: deixem que o Espírito de Deus dirija a vida de vocês e não obedeçam aos desejos da natureza humana.”
Aida Priscíla ( :
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