segunda-feira, 29 de agosto de 2016

REGENERAÇÃO


Rev. Antônio Carlos Barro

ESTUDO 2

I. INTRODUÇÃO

A. É o mistério que operou no nascimento de Cristo que agora opera no coração do ser humano.
B. É uma obra completa do Espírito Santo.

II. OS TERMOS USADOS PELA BÍBLIA E IMPLICAÇÕES

A. O termo grego palingenesia (regeneração) é encontrado em Mt 19.28 e Tt 3.5
B. A idéia é melhor expressa através do verbo gennao. Significando gerar de novo, conceber ou nascer: Jo 1.13; 3.3-8; 1 Pd 1.23; 1 Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4,18.

III. AS IMPLICAÇÕES DESTES TERMOS

A. A regeneração é uma obra criadora de Deus. O ser humano é passivo por completo. O ato da salvação está nas mãos de Deus somente.
B. A obra criadora de Deus produz uma nova vida. A pessoa é vivificada em Cristo, participando da ressurreição, podendo ser chamada de nova criação, cf. Ef 2.8-10
C. Distinguem-se dois elementos na regeneração:
1. a regeneração ou concepção de uma nova vida
2. a produção, ou fazer nasce-la. A regeneração implanta o princípio da nova vida na alma e o novo nascimento faz com que este princípio entre em ação.

IV. A NATUREZA ESSENCIAL DA REGENERAÇÃO

A. Alguns erros que devem ser evitados neste estudo da regeneração:
1. A regeneração não é uma troca na substância da natureza humana. Não é o pecado sendo substituído por uma outra substância.
2. Não é a troca de uma ou mais faculdades da alma, como a vida emocional.
3. Não é a troca por completa ou perfeita de toda a natureza humana quanto a não capacidade de pecar.
B. Positivamente vemos a regeneração:
1. Consiste na implantação do princípio da nova vida espiritual no ser humano, é uma troca radical da disposição regente da alma, que debaixo da orientação do Espírito Santo, dá nascimento a uma vida que se move em direção a Deus. Este princípio afeta o ser humano por completo:
a. seu intelecto: I Co 2.14-15; 2 Co 4.6; Ef. 1.18
b. sua vontade: Sl 110.3; Fp 2.13; 2 Ts 3.5; Hb 13.21
c. seus sentimentos/emoções: Sl 42.1-2; Mt 5.4; 1 Pd 1.8
2. É uma troca instantânea da natureza do ser humano. Não existem estágios intermediários entre a vida e a morte. Alguém vive ou está morto. Não é um processo gradual como a santificação.
3. Num sentido mais restrito é uma troca que ocorre no sub-consciente. É uma obra secreta e inescrutável de Deus que nunca se percebe diretamente pelo ser humano, a menos que coincide regeneração com conversão.

V. DEFINIÇÃO DE REGENERAÇÃO

A. A regeneração é o ato de Deus por meio do qual o princípio da nova vida é implantado no ser humano, e que torna santa a disposição regente da alma.
B. Assegura o exercício santo para a disposição quanto ao novo nascimento.


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domingo, 28 de agosto de 2016

A ORDEM DA SALVAÇÃO


Rev. Antônio Carlos Barro

CHAMADO - ESTUDO 1

I. INTRODUÇÃO

A. A Ordem da Salvação, do termo latino Ordo Salutis, “descreve o processo por meio do qual a obra de salvação, produzida em Cristo, se cumpre de forma subjetiva nos corações e vidas dos pecadores”.
B. É um processo unitário efetuado por Deus em vários movimentos.
C. A Bíblia não específica exatamente uma Ordem de Salvação. Esta ordem é compilada pelos teólogos.
D. Este estudo toma por base a obra básica de Louis Berkhof, com a inclusão de outros autores reformados.
E. A Ordem da Salvação começa como o chamado, também conhecido como vocação.

II. O CHAMADO EM GERAL

A. A Trindade está envolvida em o nosso chamado:
1. Deus, o Pai: 1 Co 1.9; 1 Ts 2.12; 1 Pd 5.10
2. Deus, o Filho: Mt 11.28; Lc 5.32; Jo 7.37
3. Deus, O Espírito Santo e a palavra: Mt 10.20; Jo 15.26; At 5.31-32
B. Geralmente nós temos dois aspectos do chamado. Um é conhecido como Chamado Geral ou Externo e o outro é o Chamado Eficaz ou Interno.
1. Chamado Geral: É designado pelos teólogos como vocatio realis. Este é um chamado que vem a todas as pessoas através da natureza e da história. Estas duas coisas apontam para a existência de um Criador, sem contudo mostrar o caminho da salvação ou as obras de Cristo. Ver Salmos 19.-14; Rm 1.19-21.
2. Chamado Eficaz: É designado pelo teólogos como vocatio verbalis. A sua definição poderia ser: “O ato bondoso de Deus por meio do qual ele convida os pecadores para que aceitem a salvação que se oferece em Cristo Jesus”.
a. Este chamado se dá pela pregação da palavra de Deus.
b. Na teologia Reformada o chamamento do evangelho não é efetivo em si mesmo; porém se faz eficaz mediante a operação do Espírito Santo quando aplica a palavra salvadora ao coração do ser humano, e se aplica desta maneira somente nos corações e na vidas dos eleitos.
c. A salvação é uma obra de Deus desde o seu princípio. Deus, através da sua graça capacita a pessoa a atender o chamado do Evangelho.
d. No chamado não existe nada no ser humano que possa dar início a este processo.

III. ASPECTOS DO CHAMADO (G. W. Bromiley)

A. O alvo do chamado. Nós somos chamados para a salvação, santidade e fé (2 Ts 2.13ss); para o reino e glória de Deus (1 Ts 2.12; para uma herança eterna (Hb 9.15); para a comunhão (1 Co 1.9) e serviço (Gl 1).
B. Os meios do chamado. Chamados através da graça (Gl 1.15); do ouvir o evangelho (2 Ts 2.14; Rm 10.14ss). O Espírito Santo é o mediador do chamado através do evangelho (1 Ts 1.15).
C. A base do chamado. Estabelecido conforme 2 Tm 1.9. Não as obras mas o propósito e graça de Deus em Cristo Jesus desde o princípio para o chamado divino.
D. A natureza do chamado. O chamado não será revogado (Rm 11.20); um chamado para o alto (Fp 3.14; celestial (Hb 3.1); santo (2 Tm 1.9); associado com esperança (Ef 4.4). Os crentes são chamados a viver de acordo com o chamado (Ef 4.1; cf. 2 Ts 1.11).

IV. UM CHAMADO QUE ENGLOBA TODA A VIDA

A. Existe a tendência de separar os chamados de Deus: um chamado para a salvação e outro para o serviço.
B. K. L. Schmidt insiste que no NT existe somente um chamado, ou seja: para ser cristão.
C. Karl Barth argumenta que o chamado na Escritura nunca existe solitariamente excluindo a santificação e o serviço.
D. O chamado em si mesmo não muda, somente a forma e a esfera onde ele é exercitado.

V. CONCLUSÃO

A. Todos os que estão em Cristo, foram chamados pela graça de Deus.
B. Todos os chamados em Cristo, foram chamados para o serviço a Deus, para a honra e glória da Trindade.


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terça-feira, 23 de agosto de 2016

O Evangelho Frutífero


Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós, Porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus, e do amor que tendes para com todos os santos; Por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, Que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade. (Colossenses 1:3-6)

Todos os cristãos sérios estão preocupados pelos dados estatísticos que sugerem que ser cristão causa pouca ou nenhuma diferença na maneira em que se vive. Temos chegado a nos interessarmos tanto em fazer que as pessoas professem serem convertidas, ao ponto que temos diluído o evangelho que se apresenta no Novo Testamento? É obvio que algo tem mudado. As Escrituras pregadas por Paulo e seus colaboradores provocavam perseguições e mudavam as pessoas juntamente com suas culturas. Roma não foi nenhum obstáculo invencível quando o poder do evangelho estourou na cena da história. Alguém observou que é interessante que em nossos filhos ponhamos os nomes de “Paulo” e “Pedro” e em nossos cães de César e Nero.

Quando Paulo escreveu aos crentes de Colossos estava exaltando o evangelho que havia invadido as culturas de religiões pagãs e expressões loucas do judaísmo junto com a filosofia da cultura grega. Ele inicia com uma ação de graças pelo fruto óbvio do evangelho nos santos daquela cidade. Em meio a ideologia contrária e da oposição dominante, o evangelho estava mudando as pessoas e propagando-se por todo o mundo conhecido. Isto não surpreende aqueles que estão familiarizados com as palavras de Jesus. Ele disse que o evangelho do Reino se propagaria como faz a levedura por toda a massa. Começaria pequeno e tão insignificante como uma semente de mostarda, mas cresceria até chegar a converter-se na planta dominante do jardim.

A evidência inequívoca do evangelho ao menos, é tripla. A fé, a esperança e o amor se fazem sempre presentes quando se abraça o evangelho. A fé é uma classe especial de fé. É fé em Deus por meio de Jesus. Não qualquer fé. Não estamos falando aqui da mera crença na existência de Deus. É a fé de que Jesus é o Filho de Deus; que viveu e morreu pela propiciação dos pecados; que se levantou da tumba; que ascendeu ao trono de Deus para reinar sobre o Reino de Deus na terra; e que regressará para consumar a justiça eterna na terra. Este tipo de fé afeta aquele que a tem. Muda a maneira como pensa e age.

Logo o amor está sempre presente nos santos quando se abraça o evangelho. Este amor vai além do amor humano, além daquele amor que todos os homens têm em alguma medida. É o amor que Deus possui. É o amor especial que vai além da razão. Continua ainda quando a pessoa que está sendo amada deixa de respondê-lo. Não depende de mérito. Seu foco encontra-se em outro lugar em vez de ser em si mesmo. Não é de se surpreender que mude pessoas e culturas. Como poderia alguém negar o poder de tal afeto?

Às vezes a esperança é o membro esquecido do trio, mesmo sendo o fundamento de toda conduta com propósito. Algo aconteceu na história que faz que tudo tenha sentido. Há um futuro que faz que o presente tenha significado. Os recipientes do evangelho possuem uma reserva de bênçãos no banco do céu. Podem fazer saques da conta agora e para sempre. A vida, com todos os seus altos e baixos, não pode derrotar o crente que sabe que não é só um mero cidadão desta presente terra. De alguma forma, lá no fundo, sabe que Deus não vai deixar o seu projeto parcialmente realizado. Haverá um novo céu e uma nova terra. A garantia disto é que algo novo aconteceu em nossos corações.

Estes três elementos inevitavelmente mudam pessoas. Quando a fé, a esperança e o amor estão presentes no coração de alguém, seu mundo se transforma. Logo, o mundo ao seu redor o nota. Não reduzamos o evangelho a algo que não nos oferece esperança de mudança. Abracemos plenamente as boas novas que Jesus trouxe. Elas estão dando fruto por todo o mundo, todo lugar onde se creia verdadeiramente.


Fonte:  Contra Mundum Tradução:  Maiára Mirapalhete Revisão: Raniere Menezes