Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de
Araújo Neto
Quando em
teologia falamos da “ordem da salvação”, estamos falando das diferentes
partes da salvação como elas são aplicadas e dadas ao povo de Deus pelo
Espírito Santo. Em outras palavras, a “ordem da salvação” descreve a obra do
Espírito de Deus em nós.
A coisa mais
próxima que temos de uma ordem da salvação na Escritura é Romanos 8:30, mas
essa não é uma ordem da salvação no sentido teológico estrito. Por
exemplo, a passagem fala de predestinação, que não é parte da obra de Deus em
nós, mas algo que ele fez por nós antes da fundação do mundo.
Uma ordem típica
da salvação é aquela seguida pelo Catecismo Maior de Westminster: união com
Cristo, chamado eficaz, justificação, adoção, santificação, e glorificação.
Outros propõem uma ordem diferente. Muitos, por exemplo, incluiriam a regeneração
e a fé. Em todo o caso, o propósito de tal ordem é tentar entender a relação
entre essas diferentes partes da nossa salvação, todas das quais são
descritas na Escritura.
Várias coisas
devem ser lembradas ao falarmos de tal ordem.
Devemos lembrar
que essa é apenas uma tentativa de entender esses conceitos bíblicos e de
forma alguma deve ser entendido mecanicamente, como se primeiro recebêssemos
uma bênção, então a próxima, e assim por diante. O fato é que em nossa
experiência, muitas dessas bênçãos são recebidas ao mesmo tempo. Também,
muitas delas não são acontecimentos espirituais de uma vez por todas. A
santificação, por exemplo, é algo que começa quando uma pessoa é
primeiramente salva e continua até o próprio momento da morte. A aplicação
da salvação não acorre toda de uma vez por todas, mas é algo que dura toda
a vida – algo finalizado somente quando estamos finalmente com Cristo no céu.
Isto é, sem dúvida, negado por aqueles que crêem no perfeccionismo e na
santificação completa; eles tendem a ver a aplicação da salvação como uma
coisa de uma vez por todas.
Numa ordem da
salvação Reformada, existem várias coisas que devem ser enfatizadas e não
podem ser mudadas. A regeneração e o chamado eficaz devem vir antes da fé,
caso contrário temos a fé como uma obra do homem, que é Arminianismo. A
própria fé deve vir antes da justificação para manter a grande verdade
Protestante da justificação pela fé somente. Finalmente, a justificação
deve preceder a santificação, caso contrário temos a doutrina Romana da
justificação pelas obras.
Tudo isso é
somente dizer que a única coisa que qualquer ordem da salvação deve ensinar é
que também em sua aplicação, a salvação é inteiramente a obra do próprio
Deus através das operações soberanas do Espírito Santo. É tudo de graça
e, portanto, pertence “ao Senhor” (Jonas 2:9).
Fonte
(original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko,
Reformed Free Publishing Association, p. 185-186. http://www.monergismo.com/
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