Os meus trinta e poucos anos de vida me
ensinaram que um Deus bondoso e misericordioso é capaz de livrar um feto da
morte e de muitos outros perigos que os meus olhos nem se quer chegaram a ver.
Aprendi que a infância quando vivida
adequadamente, pode ser uma das melhores fases da vida, e o contrário também é
verdade.
Entendi desde cedo que não é sempre chorando
que se consegue o desejado.
Compreendi que chorar faz bem, lava a alma,
põe os pingos nos “is” e quando as lágrimas são convertidas em oração por mais
doloroso que seja, sempre vem a bonança por descansar nAquele que realmente
importa.
Aprendi que a mentira destrói
relacionamentos, dilacera corações, mas que na Verdade repousa a paz dos relacionamentos
promissores e das amizades sinceras e verdadeiras, que enfeitam nossas vidas
como folhas de outono pelo chão...
Descobri na primavera que sempre há tempo
para florescer, por mais longo que possa ter se tornado o inverno.
Encontrei nas caminhadas solitárias da vida
um Amigo Leal, Verdadeiro e que sempre está pronto a ensinar que mesmo sem
vê-lo, é possível nELe confiar!
Caminhando na areia do deserto do Saara, com os
pés descalços e cansados, há milhas e milhas distantes da minha terra natal,
descobri no sorriso de uma criança de pele ressecada e maltratada pelo sol, que
a sensação térmica quase na casa dos 50 ℃ não é nada, perto da vontade de viver...
Aprendi no frio cortante do inverno europeu
que neve é bom por um tempo, mas que depois cansa... que a ausência do sol
provoca melancolia, e pode levar a depressão..., mas que o Sol da justiça nunca
deixa de brilhar e de reinar, mesmo em meio aos mais terríveis dias cinzentos,
e isso é o bálsamo para a alma mais cansada e desanimada.
Servi ao dinheiro e as coisas materiais por
muitos anos, até que um dia, Aquele que morreu por mim, pôs no meu coração o
desejo de viver para Ele, mudando todas as coisas de lugar.
Já deitei no chão batido olhando as estrelas
e ouvi o galo cantar... já perdi horas no celular, deixando de observar o belo.
Já quis comer mais do que queria, já joguei
comida fora, quando tanta gente se quer tem o que comer.
Já andei de balanço, escorregador, quase tive
um infarto em uma montanha russa... E entendi os meus próprios limites,
compreendendo que o medo é uma forma de autoproteção.
Já comi fruta na árvore, já colhi flores na
primavera... já plantei uma árvore, um pé de feijão... E já fiz florescer a
amizade em alguns corações.
Por falar em amizade, muitas pessoas já me
fizeram sorrir até a barriga doer, outras secaram muitas das minhas lágrimas, e
todas elas possuem um lugar muito especial na minha vida e no meu coração.
Aprendi a valorizar a verdade e as pessoas
depois de muitas falhas pelo caminho...
Encontrei no meu melhor Amigo, o Cristo, o meu
Salvador, a minha verdadeira identidade e tudo aquilo pelo qual vale a pena
viver!
Ganhei algumas rugas que de vez em quando me
trazem a lembrança daquela menina magrela cheia de energia, argumentos e
vontade de viver, que jamais imaginou que um dia se renderia ao criador de
todas as coisas.
Outro dia era apenas um cabelo branco,
passado um tempo eram dois... agora já vejo outros, me lembrando que mais
alguns anos e já posso dizer que vivi 4 décadas.
É a vida que passa, são pessoas que ficam,
outras que partem... às vezes, dá tempo de dizer adeus, mas na maioria dos
casos, é tudo tão rapido, por vezes dolorosas partidas, que cortam a alma. E a
correria dos dias tão ocupados, simplesmente vão sufocando e silenciando nas
pessoas ao redor, aquilo que para nós ainda importa e muito.
Meus 30 e poucos anos me ensinaram que o que
realmente importa não se pode ver nem tocar, mas que está bem vivo dentro de
mim.
Bem queria eu contar meus anos de vida, a partir
do meu segundo nascimento... aquele momento esplendoroso em que o dono do
universo e de todas as coisas, por intermédio do seu Santo Espírito me
convenceu do pecado, do juízo e da justiça, me atraindo para si mesmo com laços
insondáveis de amor, graça e misericórdia.
Aquele 2009 em que fui totalmente desfeita e
refeita da maneira correta, pelo autor e consumador da minha fé!
O momento em que a morte salvífica do meu
redentor se fez clara, sem objeções, mas com gratidão e lágrimas, trazendo
arrependimento, compreensão do que significa a depravação total do homem e o
que somente Jesus Cristo pode fazer para reconciliar os eleitos com Deus!
Quanta graça, quanto amor...
Antes de Cristo, comemorar aniversários era
um verdadeiro tédio, se quer via propósito nisso..., mas depois dEle, ah! Depois
dEle, quanta alegria em viver e comemorar a vida abundante que só Ele pode dar!
Estou as vésperas de completar mais um ano de
vida, e nem sempre posso comemorar com os familiares e amigos do meu amado
Brasil. Mas Deus é bom, e tem me dado irmãos e amigos em mais um novo país,
onde por sua graça e misericórdia tenho servido em missões.
Me alegro, derramo algumas lágrimas de
saudades e de gratidão, consciente de que o autor da vida, conta histórias
belas e já escreveu a minha desde a eternidade com final feliz!
Três décadas de vida e mais alguns anos para
contar história... outrora a infância, depois a adolescência, a juventude e a
vida adulta... como pode tudo passar tão rápido?
Mas como é bom ver a bondade de Deus sobre a
vida daqueles que nEle confiam e esperam!
Mais um ano de vida, mais lembranças, mais
pessoas, mais amigos, mais momentos, mais graça e mais amor do alto, que tem
tornado essa caminhada chamada vida, especial de se viver.
Vida, Bondade e Graça... Soli Deo Gloria!
“SENHOR, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe
entendes o meu pensamento. Cercas o meu
andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis
que logo, ó Senhor, tudo conheces. Tu me cercaste por detrás e por diante, e
puseste sobre mim a tua mão. Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão
alta que não a posso atingir. Para onde me irei do teu espírito, ou para onde
fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no
inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades
do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me
susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão;
então a noite será luz à roda de mim. Nem
ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as
trevas e a luz são para ti a mesma coisa; Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre
de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e
tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o
sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no
oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no
teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram
formadas, quando nem ainda uma delas havia. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus
pensamentos! Quão grandes são as somas deles! Se as contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo
ainda estou contigo. Ó Deus, tu matarás
decerto o ímpio; apartai-vos portanto de mim, homens de sangue. Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos
tomam o teu nome em vão. Não odeio eu, ó
Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam
contra ti? Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por
inimigos. Sonda-me, ó Deus, e conhece o
meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo
caminho eterno.” Salmo 139: 1-24
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