Ao tocar-me os olhos e o coração, trouxeste para a borda toda a imensa escuridão das coisas que me querem longe de ti!
Ao erguer os olhos e a face contrita e envergonhada pelo que sei que está exposto diante de ti, acalma-me as inquietações o teu gentil estado silencioso.
Quem sou eu, diante da grandeza, densidade e imensidão do teu amor?
Na estrada que pensei ter me perdido, encontrei-te de braços mais que abertos, também pude ver e ouvir claramente as batidas do teu coração, que não me negou nenhum afeto e se quer questionou as minhas inúmeras traições, mas ao oferecer-me amor, o constrangimento foi maior que se houvera sido questionada!
Que amor é esse, que constrange não só a alma, mas desmoraliza o meu intelecto, fazendo-me perder a confiança em mim mesma? Nisso, sou reorientada e me lanço nos teus braços de eterno amor e descanso...
O que há na tua mansidão que não me é ofertada em deleite e paz?
De onde vem o que me leva para ti todas às vezes que eu sou convencida de que apenas em ti, reside a plenitude de tudo o que eu anseio?
Sou tão vulnerável Senhor, quando não entendo as estações e me perco pelos caminhos que insistem em dizer que não fui feita para ti e para o teu próprio deleite!
Inclino-me aos ídolos por vontade própria e quando os tais são desmascarados, deparo-me com o vazio de não pertencer e não caber em lugar algum, que não seja estar totalmente em ti!
Fito altivamente para o que quero e na busca desenfreada por ser notada, amada e compreendida, perco-me na tentativa de encontrar-me e dar algum sentido a minha existência, como se isso fosse possível fora de ti!
O teu caminhar amável e gentil até mim, verdadeiramente desfaz todos os nós! Prostro-me, indigna e dignificada pelo teu amor revelado em Jesus Cristo, que recebeu a ira que a mim era devidamente merecida...
Agora, quando contemplo o paradoxo de te pertencer mesmo consciente de que não mereço tal pertencimento, em ti, declaro que és a minha própria vida e anseio!
Se agora a declaro assim, quebrantada diante do tempo e espaço, entrego-te tudo que sou, ainda que por vezes, tenha medo de não dar conta de mim mesma, confio em ti, que atuas em mim e através de mim para a tua própria glória!
“A que conclusão, pois, chegamos diante desses fatos? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos concederá juntamente com Ele, gratuitamente, todas as demais coisas? Quem poderá trazer alguma acusação sobre os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica! Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, Ele ressuscitou dentre os mortos e está à direita de Deus, e também intercede a nosso favor. Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou ansiedade, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: “Por amor de ti somos entregues à morte todos os dias; fomos considerados como ovelhas para o matadouro”. Contudo, em todas as coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Portanto, estou seguro de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos afastar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Romanos 8.31-39
Soli Deo Gloria!
Aida Priscila